Legislativas 2025 – Livre “repudia” construção da ecopista no Ramal de Moura

O Partido LIVRE, representado pelo Núcleo Territorial Interdistrital do Alentejo formalizou o seu “repúdio” em relação à decisão das Câmaras Municipais de Beja, Moura e Serpa e da CIMBAL – Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, de “construir uma ecopista sobre o traçado ferroviário do Ramal de Moura”.
O partido contextualiza que o comboio “é dos meios de transportes mais eficientes pela sua rapidez, segurança, alta capacidade de transporte de pessoas e mercadorias, conforto e baixíssimas emissões de carbono em comparação com o transporte rodoviário”, também para “democratizar a mobilidade, reduzir a dependência do carro e com isso diminuir a despesa de deslocações”.

Para o LIVRE, a fraca oferta de transportes públicos “está na origem da preferência pelo carro, o que nos faz entender com facilidade a razão do Alentejo ser hoje a região da União Europeia com mais mortes nas estradas”.
Entre os vários pontos apresentados, recordam os motivos que levaram ao encerramento do Ramal de Moura em janeiro de 1990, “como a decadência e necessária reabilitação da Ponte Ferroviária do Guadiana”, a falta de conforto das “locomotivas a diesel”, “as ligações com outras cidades eram insuficientes, as viagens duravam demasiado tempo e os horários não satisfaziam as necessidades da população (estas situações verificam-se ainda hoje na linha entre Casa Branca e Beja, que, mesmo sendo capital de distrito, em 2025 ainda não possui uma ligação nem directa nem electrificada à cidade de Lisboa”.

No entanto apontam como a verdadeira razão para o encerramento da Linha do Sul a “negligência, falta de investimento e falta de visão de futuro”.
O LIVRE Alentejo adverte a CIMBAL e os Municípios de Beja, Moura e Serpa para que invertam de “imediato a sua estratégia para o Ramal de Moura, abandonando desde já a decisão de converter 7km do traçado ferroviário em ecopista”.
Pretendem a “expansão do projecto de electrificação da Linha do Sul” e exigem que o Ramal de Moura seja restabelecido com a “requalificação da linha, requalificação da Ponte Ferroviária do Guadiana (ou, se tal não for possível, a conservação da ponte existente e a construção de uma travessia ferroviária alternativa) e electrificação da linha até Moura”.
“Promover a expansão da linha com vista a estabelecer uma ligação ferroviária a Espanha, nomeadamente à linha Zafra-Huelva. Um traçado desenhado pela vila de Barrancos (ligação a Jerez de Los Caballeros ou Zafra) seria certamente um factor fundamental na redução do isolamento desta vila face ao restante distrito (recorde-se que o ensino secundário dos estudantes de Barrancos se faz em Moura, e que actualmente esses alunos estão dependentes de transporte rodoviário público com duração de 1h15/1h20)”.
Por último, reforçam que a CIMBAL e as Câmaras Municipais “devem ser os principais interessados na protecção da Linha Ferroviária do Sul”.

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