O Estudo de Avaliação do Impacto Económico da Implementação do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva que se reporta a 2023, vai ser apresentado hoje, dia 25 de março, pelas 15h00, no auditório da EDIA, em Beja, num evento que contará com a presença do Ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento e do Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes.

O presidente da EDIA antecipou à Planície alguns números impactantes que estão referenciados neste estudo. José Pedro Salema começou por destacar o “valor acrescentado bruto, igual à riqueza criada na nossa região, com o número de 1400 milhões de euros por ano”. Outro dado significativo tem a ver com o emprego na região e, neste caso, foram criados ao longo destes anos “26 mil empregos a tempo completo”, sublinhou o responsável, cálculos que “surpreenderam porque as nossas expectativas estavam bastante abaixo deste número”, declarou Salema à Planície.
Por fim, a cobrança de impostos adicionais face ao investimento. “O projecto Alqueva já gerou para os cofres do Estado até ao momento 3 mil e 400 milhões de euros”, segundo referiu o Engenheiro Agrónomo, o que “compara com os cerca de 2 mil e 500 milhões de investimento público, com uma parte substancial financiada por fundos europeus”. “Alqueva mostra que é um projecto em que valeu a pena investir porque o retorno já está mais do que assegurado e continuará a existir por muitos mais anos, porque o emprego e a riqueza vão continuar na região e vão com certeza crescer mais no futuro”, assegurou o presidente da EDIA.

O Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA) assenta no conceito de fins múltiplos e na gestão integrada da sua reserva estratégica de água, apresentando-se como um “projecto estruturante no sul de Portugal e um investimento âncora no Alentejo”, segundo a EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, cuja principal finalidade é “viabilizar e promover o desenvolvimento regional nas suas vertentes económica, ambiental e social”.
As valências do projecto não se concentram apenas na agricultura, atualmente com uma área em exploração de 130 000 hectares, mas também no abastecimento público de água, na produção de energia hidroelétrica em modo reversível, complementado por centrais fotovoltaicas em terra e flutuantes, no desenvolvimento de atividades turísticas e na preservação do território e do ambiente.
O estudo a apresentar, visa compreender os efeitos estruturantes da implementação do EFMA na economia local e nacional, analisando os benefícios gerados de forma holística, considerando as diferentes fases do projecto e os efeitos multidimensionais resultantes da sua natureza de fins múltiplos, expõe a EDIA.

Para isso, foram capturados tanto os impactos autónomos do EFMA, provenientes da sua construção e exploração, como os impactos catalisados, decorrentes da viabilização das atividades económicas nos principais setores beneficiários – Agrícola, Agroindustrial, Turismo e Energia –, abrangendo a sua área de influência, que inclui 23 concelhos, dos distritos de Beja, Évora, Setúbal e Portalegre.
O comunicado assinala ainda que o EFMA “apresenta um contributo importante para os grandes desafios e objectivos nacionais ao nível da redução sustentada do consumo de energias não renováveis e da transição para uma economia de baixo carbono, através da produção de energia hidroelétrica e solar.” Além disso, “apoia a modernização do sector agrícola, a criação de emprego, o turismo e a fixação de jovens agricultores, reforçando a gestão integrada de água e energia e alinhando-se com diversas estratégias nacionais”.

A análise do impacto económico da actividade do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, nomeadamente no que refere o impacto na Receita Fiscal, contribui para uma outra reflexão, de eficiência da aplicação de financiamentos públicos, através da qual se pode afirmar que à data de hoje o EFMA já garantiu um retorno financeiro (recuperação do investimento simples, não actualizado pela inflação e/ou ponderado pelo custo de oportunidade) para o Estado superior aos recursos investidos.
O estudo também aponta desafios para o futuro de Alqueva como a necessidade de equilíbrio na “gestão da água, melhorias na infraestrutura para turismo e soluções para escassez de mão de obra”, focou a EDIA.
A sessão iniciará às 15h00, com o Ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, seguida da presença do presidente da EDIA – José Pedro Salema, que abordará o contexto do projecto. A apresentação do Estudo de Avaliação do Impacto Económico de Alqueva será às 15h20 e às 15h40, a Mesa Redonda moderada por José Pedro Salema, com os convidados Álvaro Beleza e Francisco Gomes da Silva. Abre-se uma sessão de perguntas e respostas às 16h20 e às 16h30, o encerramento com o Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes.