A Comissão Política Distrital de Beja do Partido CHEGA manifestou em nota de imprensa a sua “total surpresa e indignação” face à realização do encontro organizado pela ACOS – Associação de Agricultores do Sul, onde “Ministros Demissionários da Agricultura e do Ambiente”, que apresentaram ontem a Estratégia “Água que Une”, em Beja.
“Este evento, que deveria ser um espaço de debate inclusivo e transparente sobre um tema crucial para a região, tornou-se numa iniciativa restrita e selectiva, deixando de fora um grande número de associações que não pertencem ao “círculo de confiança” da ACOS, onde a exclusão destas entidades demonstra um profundo desrespeito pelas organizações que têm lutado incansavelmente pelo desenvolvimento da agricultura no Alentejo”.
O partido CHEGA de Beja denota “estranheza” ao referir no comunicado, a presença da “Associação Demissionária de Regantes do Mira, enquanto outras organizações de agricultores do Alto e Baixo Alentejo foram ignoradas, escolha esta que levanta sérias questões sobre os critérios de participação e a real intenção deste encontro”.
Diante destes factos, a Comissão Política Distrital de Beja do Partido CHEGA “exige respostas claras”. E questiona: “Porque motivo a EDIA, empresa do Sector Empresarial do Estado responsável pela gestão do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, não foi chamada a organizar este encontro, dado o seu papel estratégico no desenvolvimento da região?”.
Por outro lado, fazem alusão ao investimento. “Se o projecto “Água que une” representa um investimento de 5 mil milhões de euros e tem um horizonte de cinco anos, com o objectivo de unir o território em torno da gestão da água, por que razão não foram convidadas todas as organizações de agricultores do Alto e Baixo Alentejo?”.
Por fim, a distrital de Beja do CHEGA, pede justificações. “Como pode um Governo demissionário justificar a realização deste evento num momento em que deveria estar focado apenas em actos de gestão? Estas acções parecem mais uma tentativa de pré-campanha eleitoral do que uma iniciativa transparente e ética em prol do interesse público?
O CHEGA diz que não compactua com “manobras políticas que ignoram as necessidades reais dos agricultores e excluem entidades fundamentais para o desenvolvimento do sector e “repudia” a falta de “ética institucional”. Exige ainda que os responsáveis “prestem esclarecimentos à população e às associações injustamente afastadas deste debate”.