O Plano Estratégico e de Acção do Javali apresentado no Alentejo em 2023, dava conta, segundo o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas da “sobrepopulação de javalis em Portugal, com cerca de 300 mil indivíduos” e a necessidade de reduzir o número de animais para que se evite estragos na agricultura e seja restabelecido o equilíbrio do próprio ecossistema e muito importante, para mitigar o número de acidentes rodoviários”.
Uma das medidas foi a de reverter o crescimento da espécie direccionada a acções de correcção de densidade que podem incluir “esperas diurnas ou nocturnas, com ou sem recurso a luz artificial, e batidas em áreas de culturas agrícolas regadas, seguindo regras específicas”.
A Guarda Nacional Republicana, através do Comando Territorial de Beja, registou em 2024 no concelho de Moura, dados ainda provisórios, 80 atropelamentos de animais, 12 deles de javalis. Este ano, de acordo com os números até 28 de fevereiro da GNR, foram já registados, 14 atropelamentos de animais no mesmo concelho, mas não de javalis, “sem registo de nenhum acidente desta tipologia” até à data, conforme referiu a GNR. Os militares ressalvaram que destes atropelamentos, um total de 94 entre o ano passado e o início deste ano, resultaram apenas danos materiais nos veículos envolvidos, sem vítimas a registar.
A Capitão Joana Alves, Oficial de Comunicação e Relações Públicas do Comando Territorial de Beja, deixou um alerta a todos os condutores que passam pelas estradas do concelho de Moura. “Na questão da condução e dos atropelamentos e de tudo o que tem a ver com a circulação rodoviária, a Guarda Nacional Republicana tem como prioridade estratégica a prevenção rodoviária. É um dos nossos eixos de trabalho e de preocupação esta temática da sinistralidade rodoviária. Diariamente, temos acções de sensibilização e de patrulhamento no âmbito da prevenção rodoviária porque é uma temática que nos preocupa. Relativamente aos atropelamentos de javalis e acidentes de viação em que existem animais na vida, temos sempre isto em atenção. Queremos alertar os nossos condutores para que adequem a velocidade às condições da via. Sabemos que as vias muitas vezes não estão em boas condições de utilização, não tem luminosidade suficiente e há que ter um alerta reforçado na condução”, reforçou a Capitão Joana Alves.