Limitação de produção de vinhas na Região Vitivinícola do Alentejo “não surpreende”

O Ministério da Agricultura e Pescas permitiu que fossem plantados 2.415 novos hectares de vinhas em Portugal durante o ano de 2025, segundo despacho assinado pelo Secretário de Estado da Agricultura, João Moura, publicado em Diário da República no dia 26 de fevereiro.
O Governo justifica a medida por haver a necessidade de se manter no sector vitivinícola “um incentivo para aumento da capacidade de oferta e, portanto, à plantação de novas vinhas, fomentando deste modo os ganhos de escala das empresas já instaladas no sector, assim como possibilitar a entrada de novos viticultores”, segundo o documento.
As regras de limitação de hectares no país e ilhas são impostas no diploma, sendo que a Região Vitivinícola do Alentejo está restringida a 66 hectares para a produção de vinhos DO – Denominação de Origem ou IG – Indicação Geográfica.

O presidente da CVRA – Comissão Vitivinícola Regional Alentejana informou a Planície que os 66 hectares foram “recomendados pela CVRA ao Governo”. Portanto, “está perfeitamente em linha com aquilo que foi a vontade dos operadores do Alentejo. Este é um processo que já dura desde 2016, é repetido a cada ano e no que respeita à área fixada em cada ano, tem sido sempre coincidente com aquela que a região tem recomendado. Não surpreende os 66 hectares, aliás não tem sido surpreendente nos últimos anos a área que tem sido publicada”, informou.
A Planície aproveitou o momento para questionar Francisco Mateus sobre os desafios do sector para 2025, depois de fechar 2024 com um aumento de 8% nas vendas. “No que respeita à vinha, vai ser um ano de relativa contenção com todos estes hectares de plantação de nova vinha que são permitidos todos os anos, no conjunto de uma atribuição de candidaturas”, frisou.

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Por outro lado, a CVRA estima ainda que este ano haja a possibilidade de plantar cerca de “500 hectares, um número perfeitamente razoável, até acima da média que temos tido em cada ano. A situação de contenção na vinha em 2025 não é propriamente negativa porque nós desde 2016 plantámos, segundo dados do Ministério da Agricultura, mais de 2000 hectares. Significa que há mais produção e nós tivemos nos últimos cinco anos alguma dificuldade em vender o volume equivalente à produção anual. Portanto, tem havido aqui algum acumular de stocks”, destacou o presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana.
Quanto a 2024 fechou com “resultados francamente bons em termos de crescimento das vendas em mais 8%, essencialmente com o aumento do mercado nacional já que na exportação tivemos uma ligeira redução”, avançou.

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Para o ano corrente, o presidente da CVRA está confiante que seja “positivo”, apesar de “alguma cautela porque não é só de vinho que as pessoas vivem e há outras condicionantes que nós observamos todos os dias e isso não tem sido propriamente tranquilo para os consumidores do vinho. Acho que não devemos ter uma postura pessimista, mas acreditar que o ano vai ser melhor do que o anterior. Vamos vendo mês a mês como é que vai evoluindo, como é que o mundo vai evoluindo e obviamente também o mercado nacional”, ressalvou Francisco Mateus em conversa com a Planície.
A ter em conta que a submissão das candidaturas às NAP – Novas Autorizações de Plantação de Vinha decorre entre as 09:00 horas do dia 1 de março de 2025 e as 17:00 horas do dia 15 de abril de 2025. Deverão ser submetidas via online no link https://sivv.ivv.gov.pt

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