O rápido crescimento e avanço das culturas superintensivas, cada vez mais próximas das habitações, em áreas de “elevada sensibilidade ecológica”, nomeadamente junto à Albufeira do Roxo, está a comprometer a qualidade ambiental do território.
O alerta vem do “Movimento Ervidel em Acção” que está a protestar para mostrar o seu descontentamento e apelar às entidades competentes para que tome medidas que defendam o “interesse e a saúde da população”.
O caso mais recente e que motivou o desagrado está relacionado, tal como disse à Planície Manuel Nobre, do movimento em questão, “com a plantação de um olival de grandes dimensões junto a poucos metros do perímetro urbano de Ervidel, situado num plano orográfico superior à aldeia e na direcção dos ventos dominantes”.

A cultura foi plantada de acordo com o porta-voz, “sobre uma linha de água que passa por dentro da povoação, cuja raspagem do solo é causadora de cheias como se constatou há cerca de um mês, a que se junta o uso de pesticidas e fitofármacos para controlo de pragas, aplicados com recurso à pulverização aérea e a alta pressão, o que aumenta os riscos ambientais e causa preocupação e indignação da população”.
Acima de tudo, este é um problema de “saúde pública”, sendo certo que é mais um olival que se junta a mais de 15 quilómetros consecutivos de olivais que praticamente “ligam Ervidel a Ferreira do Alentejo e Ervidel a Beja em culturas superintensivas que estão a deixar os terrenos sem vida, mortos, onde não há insectos, nem a fauna e a flora que estávamos habituados”, revelou Manuel Nobre.

O “Movimento Ervidel em Acção”, pretende dar voz às “preocupações e às exigências da população de querer afastar este olival daqui. O próprio PDM – Plano Director Municipal, já acautela 250 metros de distância (entre as plantações e o perímetro urbano), não sei se serão suficientes, mas é sempre mais do que os actuais 10 ou 20 metros que existem”, anunciou o responsável. “O olival continua ali e a população irá mobilizar-se e protestar fazendo várias iniciativas até que as entidades competentes reconheçam que está ali um problema de saúde pública que tem de ser resolvida de afastar o olival intensivo das habitações e do perímetro urbano”, ressalvou Manuel Nobre.