A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo – FAABA – revela que foi com agrado que tomou conhecimento das declarações proferidas pelo Ministro da Agricultura e Pescas, na passada terça-feira, na Assembleia da República, relativas ao tema Língua Azul. José Manuel Fernandes reconheceu que a medida em vigor para minimizar os prejuízos causados pela doença – “Restabelecimento do Potencial Produtivo” – “tem fortes limitações por excluir a esmagadora maioria dos produtores afectados”, assumindo simultaneamente que estes poderão vir a ser apoiados por outras fontes de financiamento.
Doença da Língua Azul – Manifesto conjunto contra às medidas de apoio
Na realidade, a medida de apoio em curso revela-se inadequada para o fim a que se destina, segundo a FAABA, não só por deixar de fora a grande maioria dos produtores prejudicados, mas também porque os prejuízos causados pela doença não se limitam à morte de ovinos adultos. “Os abortos ocorridos, a mortalidade em borregos jovens, os custos dos tratamentos dos muitos animais doentes e as fortes quebras do seu desempenho zootécnico representam uma tão ou mais significativa quota parte dos referidos prejuízos”.
Por outro lado, é do conhecimento dos Agricultores do Baixo Alentejo que, nas regiões vizinhas da Andaluzia e da Extremadura, está a ser ultimado um apoio especial às explorações de ovinos afectadas pela Língua Azul, que tenham notificado as baixas ao Ministério da Agricultura. Esta ajuda deverá ter um valor próximo dos 32 euros por ovelha recenseada em 2024, não podendo o montante máximo a atribuir ultrapassar os 42 mil euros por produtor.
“Dada a gravidade da situação vivida em Portugal e de forma a evitar distorções no mercado que os produtores portugueses partilham com aquelas duas regiões, é de elementar justiça que seja atribuído em Portugal um apoio equivalente ao dos produtores espanhóis”, reclama a associação.