A Organização Regional de Beja do Partido Comunista Português, volta a abordar as condições de mobilidade e transporte na região, “decisivas para melhorar a qualidade de vida de quem aqui vive e trabalha e para aproveitar todas as potencialidades económicas e sociais”.
É desta forma que a DORBE reafirma que “é imperioso o investimento na ligação ferroviária ao distrito de Beja, nomeadamente a electrificação e modernização da ligação entre Casa Branca – Beja e Beja – Ourique/Funcheira”.
O PCP insurge-se sobre a opção do Governo de “abandonar o troço Beja – Ourique/Funcheira, no que se refere à sua electrificação” e considera ser “inaceitável até porque este troço viabiliza dois Ramais o de Aljustrel e o de Neves-Corvo, que contribuem decisivamente para a viabilidade económica da Linha do Alentejo”. “É inaceitável que nos dias de hoje não exista uma ligação directa entre Beja e Faro. Uma viagem de 180 km que poderia ser feita em cerca de duas horas e que nas condições actuais demora cerca de cinco horas”.
Para o Partido Comunista Português, “o processo de melhoria e qualificação da ferrovia, tem vindo a ser sucessivamente adiado com a responsabilidade dos Partidos que à vez (PS e PSD) nos têm governado. É agora notícia a publicação do Aviso para candidatura a financiamento do Alentejo 2030 do troço entre Casa Branca e Beja, sem estar claro se inclui ou não a ligação ao aeroporto de Beja, questão que é crucial para a região e sem se saber ainda quando será lançado pelas Infraestruturas de Portugal o concurso para a realização das obras, tendo sido já divulgada a intenção de encerrar a linha durante o período da realização das obras, com graves prejuízos para os seus utentes”.
Reconhecendo a grande relevância da electrificação da Linha do Alentejo no Troço Casa Branca-Beja, o partido refere ainda que “é muito preocupante que os restantes 52 km do troço Beja-Ourique que permitem a ligação à Linha do Sul, fiquem por electrificar e modernizar mantendo-se esse troço encerrado”.
No âmbito da discussão do Orçamento de Estado para 2025, o PCP apresentou uma proposta concreta: “Em 2025, lançar os concursos para a execução da obra de electrificação e modernização da linha ferroviária entre Casa Branca e Beja, Beja e Ourique, e Ramal de Aljustrel, que ainda não o tenham sido”; “a execução da obra entre Casa Branca e Beja deve ser feita sem interrupção do serviço e com utilização de trabalho nocturno. O mesmo princípio deve ser aplicado aos restantes concursos”; “o projecto de execução da ligação da linha ferroviária do Alentejo ao Aeroporto de Beja”; “o projecto de execução da concordância entre a Linha de Évora e a Linha do Alentejo, na zona de Viana do Alentejo, a fim de permitir o serviço ferroviário directo entre Beja, Évora, Elvas e Portalegre”.
Esta proposta foi rejeitada com os votos contra do PSD e CDS e a abstenção do PS, “comprovando que os partidos que nos têm governado não estão efectivamente interessados no desenvolvimento da região”, reflecte a Organização Regional de Beja do Partido Comunista Português.