Em comunicado conjunto, a CONFAGRI e a FENAPECUÁRIA manifestam a sua preocupação face às medidas de apoio implementadas, desde setembro de 2024, pelo Governo português relativas à Doença da Língua Azul, “temendo que estas deixem de fora um número significativo de produtores pecuários.”
Segunda a informação “estas medidas são excessivamente restritivas, pois exigem um prejuízo superior a 30% do potencial produtivo da exploração e um intervalo de investimento entre 1.000 e 400.000 euros, não abrangendo um número significativo de produtores pecuários lesados.”
Nuno Serra, Secretário-Geral da CONFAGRI considera que “Apesar do Governo reconhecer a gravidade da situação, as soluções apresentadas não abrangem de forma justa e eficaz todos os criadores prejudicados por este surto.”.
Da mesma forma, João Barros, Vice-Presidente da FENAPECUARIA, defende que “é urgente que o Governo reveja os critérios de apoio, assegurando que nenhum produtor afetado fique sem auxílio.”, acrescentando que “A atuação governamental deve ser mais abrangente e preventiva, assegurando não apenas o controlo imediato da doença, mas também a sustentabilidade do setor pecuário em Portugal.”.
Entre as soluções defendidas pelas organizações está a reintrodução da vacinação obrigatória contra todos os serotipos da doença em circulação, prevenindo futuros surtos e minimizando a mortalidade animal. Sugere-se, ainda, a implementação urgente de um sistema de indemnização similar ao adotado para a Gripe Aviária, para garantir um apoio justo e adequado às perdas diretas e indiretas, incluindo o impacto na reprodução e na produção leiteira e de carne.
Recordamos que muitas explorações pecuárias da região do Alentejo foram afectadas com a doença da Língua Azul, trazendo graves prejuízos para os criadores de ovelhas.