Campanha da Olivum atinge 95% de azeite virgem extra

As previsões da campanha de azeitona da Olivum, estimava em novembro do ano passado números nacionais que rondavam as 170/180 mil toneladas de azeite, um aumento em mais de 10% face às 150 mil toneladas registadas na campanha anterior.
Susana Sassetti, Directora-Executiva da Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, avançou junto da Planície um balanço da campanha com as estimativas confirmadas. No que diz respeito aos associados da Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, cerca de 130 grupos associados, Susana Sassetti, Directora-Executiva da Olivum avançou junto da Planície um balanço da campanha com as estimativas confirmadas. “120 mil toneladas de azeite produzidos pelos associados da Olivum. Prevemos, de acordo com a campanha passada em que representámos 70% da produção nacional de azeite, 170 mil toneladas de azeite”. Ajudou o facto de na última campanha existir “um azeite de muito boa qualidade sobretudo entre outubro e novembro, com uma campanha curta, que começou e acabou cedo e que antes do Natal já estava praticamente terminada”.

Nos olivais tradicionais e em copa mais para o fim, a responsável deu conta que “houve uma queda da azeitona provocada pelas chuvas e pelo calor da altura e por isso, menos qualidade do azeite, embora a maior parte atinja os 95% de azeite virgem extra que hoje em dia consideramos que existe a nível nacional”.
A directora da Olivum sublinhou que a última campanha “está ao nível da anterior” e que registou em 2024-2025, “uma boa quantidade de azeitona, até porque houve novos olivais a entrar em produção e, portanto, houve mais azeitona”. As expectativas não foram, no entanto, repercutidas no rendimento que não foi “extraordinário” e nesse aspecto “acabou por não ser uma das melhores campanhas, mas seguramente uma das segundas ou terceiras campanhas, uma vez que também temos novos olivais a produzir”.

Os números estimados revelaram em novembro do ano passado, cerca de 830 milhões de quilos de azeitona, que poderão originar cerca de 125 mil toneladas de azeite, um aumento de cerca de 12%, em linha com o registo nacional, e que “consolida a relevância destes lagares para o sector em Portugal”.
A associação que conta já com 11 anos de existência, 49 mil hectares de olival, perto de 130 grupos associados, mais de 300 explorações e a trabalhar com 18 lagares, adiantou à Planície que os associados entregam azeitona de olival tradicional, intensivo e super intensivo. “Temos de tudo. Associados com olival em sebe, em copa e com olival tradicional. No caso do olival tradicional, houve pior qualidade da azeitona simplesmente porque houve alguma gafa, que é uma praga da azeitona no final e acabou por fazer a azeitona cair. No final de dezembro, a azeitona teve um bocadinho menos de qualidade do que era suposto”, informou Susana Sassetti.

A próxima campanha já está a ser preparada, segundo a directora. “Quando acaba uma campanha, começamos logo a pensar em outra. É preciso fazer as podas, tratamentos do olival e com alguns associados a pensar em algumas técnicas de sustentabilidade, conservação do solo e água, temas que andamos sempre em cima para tentar que os olivicultores pensem na biodiversidade e continua a haver olivais novos a entrar em produção”.
A gestora da associação referiu ainda a importância do Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo e que foi alargado a “um nível nacional” com a justificação de Portugal ser “um país pequeno” e a ambição da Olivum de querer “chegar a todos os olivicultores e produtores de azeite”, reflectiu. “Neste momento vamos entrar na parte da certificação dos formadores e de todo o apoio que é dado a quem vai fazer a certificação. Contamos em breve começar a ter os selos para que os produtores possam verificar os seus olivais, se cumprem todas as práticas de sustentabilidade tanto ambiental, social e económica. Sim está em curso e estamos muito motivados com esta aposta que fizemos na sustentabilidade e também para cumprir todas directivas comunitárias”.

A directora também comentou a classificação da alteração do caroço de azeitona, passando de resíduo para subproduto, uma norma do Ministério do Ambiente e Energia. “Conseguimos através da APA – Agência Portuguesa do Ambiente e do Ministério do Ambiente demonstrar que a extracção do caroço, a parte final, não é nenhum processo químico, é simplesmente um processo de extracção físico. E quando tivemos o presidente da APA, Pimenta Machado e a Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, a visitar um lagar, foi possível ver que não se trata de um resíduo, mas de um subproduto, ou seja, o caroço vai ser utilizado como biomassa na queima das caldeiras”. Neste caso, os números dos associados da Olivum são de 110 mil toneladas de caroço de azeitona recolhido.    
Sobre este sub-produto, previamente, a Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, reuniu com as empresas extractoras e percebeu que “em parte pelo investimento que foi feito por essas empresas, havia possibilidade de adquirir todo o bagaço que ia ser produzido pela previsão de cada um dos olivicultores e, portanto, estamos no bom caminho”, concluiu a Directora-Executiva da Olivum Susana Sassetti.

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