Manuel Nobre, o presidente do Sindicato dos Professores da Zona Sul, comentou junto da Planície, a situação do regresso dos cerca de 60 professores aposentados que aceitaram dar aulas. Uma norma do actual Governo que na opinião do sindicalista não resolve o problema e que não passa de uma “medida superficial e de cosmética” do Ministério da Educação por saber que “há uma grande falta de professores nas escolas, aliás que não é de agora, já há vários anos que isso tem acontecido, mas o anterior Governo desvalorizava e dizia que era conversa dos Sindicatos e que a Comunicação Social muito gostava de usar para fazer notícia”.
Manuel Nobre diz que o sistema pode vir a piorar. “O que é certo é que está à vista de todos esta falta de professores sendo que este ano, a situação é mais grave do que no ano passado e no próximo ano ainda será mais grave e porquê? Porque estão a sair todos os meses professores para a aposentação e não há a reposição dos quadros necessários porque os jovens não querem ser professores. Sabem que vão entrar numa profissão onde há um grande índice de precariedade, têm que andar de escola em escola, com a casa às costas, com contratos precários. E uma das formas que o Governo encontra para suprir essa falta de professores é recorrer aos professores aposentados de forma a que possam vir a dar aulas”.
O presidente do Sindicato dos Professores da Zona Sul, recordou que ao longo de 2024 “aposentaram-se cerca de 4000 professores. Para termos noção, desde o início do actual ano lectivo até agora, o Ministério da Educação falava que poderia atrair entre 500 a 1000 professores aposentados para o sistema, o que é certo é que apenas 60 resolveram regressar e é mais um problema que aí está e que só se resolve tornando a profissão atractiva. Valorizando a estabilidade dos professores, nomeadamente dos mais novos, rever as questões salariais, em vez de trabalharem as 35 horas semanais como acontece neste momento, trabalham perto das 50, entre outras matérias. O problema está a crescer a passos largos e os governantes não encontram soluções e vão-se limitando a estas medidas superficiais e de cosmética que aí sim, alimentam a Comunicação Social, mas não resolvem o problema”.