Cooperativa de Moura e Barrancos – Campanha encerra com 52 milhões de quilos de azeitona

Com a campanha 2024/2025 da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) praticamente no fim, chegou o momento de fazer um balanço. O resultado da produção e da entrega de azeitona de 1300 olivicultores é de “52 milhões de quilos de azeitona e 7 milhões e 200 mil quilos de azeite”, adiantou à Planície o presidente da entidade, José Duarte.

Ao longo deste trabalho que iniciou em novembro, importa salientar alguns aspectos importantes. Desde logo, o facto de a CAMB ter recebido mais azeitona do que a que que estava “inicialmente prevista”, o que originou que esta seja já a “segunda maior campanha da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos”, segundo a direcção. “Em termos de azeite, também obtivemos mais do que as expectativas iniciais, embora o rendimento ou funda média, que é a quantidade de azeite obtido por quilo de azeitona, tenha sido muito baixo”, garantiu.

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Quando comparada com a campanha do ano passado, o responsável assegura que a deste ano resultou num “padrão muito idêntico, com o início em outubro e com o pico da campanha este ano a partir de 10/12 de novembro, quando costuma ser no mês de dezembro e foi até praticamente à semana do Natal. Foi também uma campanha mais curta, com entregas diárias de azeitona muito elevadas, em que se trabalhou durante três a quatro semanas sem parar no limite da capacidade máxima da nossa Cooperativa”, afirmou José Duarte.

Uma das preocupações iniciais da direcção da Cooperativa de Moura e Barrancos estava relacionada com a segurança dos olivais, visto que no ano passado aconteceram vários furtos e alguns episódios de agressões, entre eles, um com gravidade, o que não aconteceu este ano. Apesar disso, houve igualmente “situações de roubo de azeitona, com algumas delas denunciadas às autoridades”, esclareceu o presidente e sublinhou que desse ponto de vista “foi uma campanha mais pacífica, em colaboração muito próxima com a GNR e a PSP de Moura, com a preocupação de patrulha e fiscalização”.

Finalizada a campanha, a direcção e as equipas continuam o seu trabalho. “O próximo passo é fazermos o balanço, acertarmos volumes de azeite com os nossos parceiros de negócio, nomeadamente os de embalado, vender o resto da azeitona a granel e começar a preparar a próxima. É preciso fazer a manutenção de todos os equipamentos para que no próximo ano esteja tudo apto desde o início a receber a azeitona dos nossos associados”.

As notícias recorrentes da desvalorização do preço do azeite não deixam de ser um motivo de “preocupação” para a direcção da CAMB. “Obviamente que sim. Nós não nos cansamos de explicar que o preço do azeite o ano passado subiu para que houvesse azeite na prateleira até ao início desta campanha. Tivemos duas campanhas de produção de azeitona e de azeite muito baixas e se o preço não subisse, chegávamos a junho, julho, sem azeite nas prateleiras”.
José Duarte frisou que o sector iniciou esta campanha “sem stocks de azeite e estamos a falar de um preço que estava elevado, com as perspectivas de uma produção mundial mais alta e obviamente que houve um ajuste no preço do azeite. Neste momento, com a campanha ainda a decorrer em Espanha, os preços não estão estabilizados. No entanto, houve uma descida acentuada na cotação do azeite e isso também nos preocupa a nós, porque não podemos esquecer que grande parte dos nossos olivicultores ainda são de olivais tradicionais de sequeiro com os custos de produção elevados e a produtividade por hectare baixa. Por isso, tem de haver um equilíbrio no preço do azeite para que não esteja abaixo do limiar da rentabilidade desses olivicultores”, salientou.

O presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos concluiu sobre a questão do preço do azeite que “vai baixar significativamente, ainda assim vai haver uma normalização do valor em prateleira durante o mês de março/abril, mas abaixo”.
E acrescentou durante a entrevista à Planície o facto de este ano ter havido uma “quebra acentuada na produção dos nossos olivais tradicionais de sequeiro, sendo um ano de contrassafra. Espera-se que a próxima campanha seja muito produtiva para esses olivais”, consolidou José Duarte.

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