O Baixo Alentejo vai ter a maior unidade do mundo de produção de tijolos de cânhamo

A futura unidade fabril da Cânhamor, em Garvão, concelho de Ourique, destinada à produção de tijolos em cânhamo, vai começar os primeiros testes de fabrico dos blocos no próximo mês de fevereiro, com a inauguração oficial da unidade prevista para abrir em junho. Com capacidade para operar em três turnos, Elad Kaspin, Director Operacional da empresa, revelou à Planície que esta já é a “maior fábrica do mundo de produção de blocos de cânhamo, a primeira da Península Ibérica e a única que junta ao processo produtivo, o processo de transformação do cânhamo”.

O investimento privado português e estrangeiro, para já superior a 20 milhões de euros, mas que será muito maior, vai permitir a criação de cerca de 40 postos de trabalho, todos da região e uma construção sustentável e mais amiga do ambiente.
O terreno onde irá operar a nova unidade com quase 36.500 metros quadrados, foi cedido pela Câmara Municipal de Ourique, onde foram “criadas todas as condições para que este investimento se fixasse no concelho de Ourique. O objectivo da Cânhamor é produzir blocos de cânhamo para construção civil e mais sustentável porque tem carbono negativo, o que vai de encontro às metas ambientais”, afirmou à Planície o presidente da autarquia, Marcelo Guerreiro. “A fábrica vai ter um impacto muito significativo no nosso concelho”, sublinhou.

A gestão do cultivo da planta do cânhamo, pertencente à espécie Cannabis sativa, foi efectuada junto da rede de agricultores locais com um cultivo de “250 hectares o ano passado”, explicou o Director Operacional e para este ano a previsão é de “750 hectares”, com a particularidade de ter presente todo o processo “desde a semente, até à transformação e produção do bloco”. Elad Kaspin especificou que a parte da fibra da planta pode ser aplicada à “indústria têxtil, automóvel e de construção” e a parte do caule serve para a “matéria-prima dos blocos para construção”.
Para 2026, a empresa tenciona apostar numa segunda linha de produção para ver o “investimento crescer”, palavras do responsável, mas sobretudo porque a zona de Garvão “tem muitos desafios no sentido de apoiar a comunidade local, a região e criar postos de trabalho no Alentejo. Todos os nossos funcionários são daqui”, adiantou.

A capacidade de produção da empresa na área da construção civil é de “250 casas por mês, com os três turnos a operar”, disse o investidor.
Quanto ao mercado, “o nosso foco é 100% a Península Ibérica”, já com mais de “100 casas feitas em Portugal” com este material e apostar também em Espanha.
Recorde-se que o grupo Cânhamor tem já instalada uma unidade fabril mais pequena na freguesia de Colos, Odemira, a produzir há mais de três anos, mas “sem rendimento no mercado”. Por isso surgiu a ideia de ampliar o negócio.

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