O tempo é de balanço para fazer de 2024 um ano positivo em termos agrícolas, com uma acentuada queda de chuva que superou os últimos anos e que contribuiu para que as barragens da região pudessem encher. Rui Garrido, o presidente da ACOS – Associação de Agricultores do Sul, frisou precisamente esse aspecto com a queda de água “a permitir que as culturas se desenvolvessem de outra forma. Estamos a falar de forragens e de uma produção muito boa de cereais de sequeiro. O nosso Grande Lago de Alqueva também meteu água e as culturas de primavera não correram mal”, tendo havido talvez “um excesso de calor” que pode não ter sido favorável.
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No entanto, a ACOS chamou a atenção para uma situação menos positiva que ocorreu quase no final da campanha da azeitona desde há um mês, “com os nossos azeites mais ácidos, ou seja, uma acidez acima do normal porque não temos conseguido controlar a gafa”, a principal doença dos olivais em Portugal que afecta principalmente a zona do Alentejo e Ribatejo. O problema surge geralmente nos frutos quando estes mudam de cor e as condições do clima são propícias. Além deste “senão” apontado por Rui Garrido, o preço é outro factor negativo. “Esta quebra abrupta do preço do azeite para mim não era expectável”, indicou o empresário agrícola. “Em 2023 venderam-se azeites acima dos 8 euros e neste momento o preço está abaixo dos 3,5 euros”, referiu com alguma indignação.
Para 2025, os agricultores voltam a desejar que “continue a chover porque as nossas reservas hídricas continuam muito em baixo, especialmente no Sul do país. O ideal seria conseguirmos repor uma parte dessas reservas”, admitiu Rui Garrido.
Quanto ao aspecto político, o representante dos agricultores do distrito gostaria que este ano, houvesse “maior preocupação dos políticos para o sector, que tenham uma visão diferente para o mesmo e que se concretize em coisas boas para a agricultura”, ambições do presidente da ACOS, Rui Garrido, para o principal domínio económico do Baixo Alentejo.