“2024 foi de muito trabalho, com uma campanha de rega facilitada pela natureza”, começou por dizer com optimismo o presidente do Conselho de Administração da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva sobre o ano que está a terminar, com as chuvas na primavera “a fazer a diferença e a determinar um grande ou um consumo de água mais moderado”, ressalvou. Nesta retrospectiva, José Pedro Salema salientou um ponto de grande importância em que “todos os consumos de água foram assegurados, sem quaisquer restrições ao fornecimento”.
No entanto, já fez saber durante a conversa que a “campanha de volumes máximos autorizados, aplaudida por muitos e criticada por alguns é para seguir”, com a regra máxima de utilização da água. Sobre este aspecto que tem originado diversas opiniões, Salema referiu que a EDIA “faz uma avaliação positiva desta medida e planeia continuar com ela, naturalmente sujeitando-a a algum ajuste de pormenor nas dotações de uma ou outra espécie”.
Relativamente às obras de expansão que ainda estão em curso, o Engenheiro Agrónomo frisou que 2024 foi um ano de “arranque de obras”, nomeadamente a de “ligação ao Monte da Rocha e à construção do Bloco de Rega da Messejana; as da área de Reguengos de Monsaraz, com o avanço de muitos processos de contratação”. Salema explicou que os processos dos concursos públicos “estão cada vez mais exigentes” quando se trata de lançar obras. “Por isso temos algumas obras que estão a demorar a começar, mas que vão iniciar em força em 2025”, avançou. “Estamos a falar do Bloco de Rega de Vidigueira, de Moura e as várias empreitadas do Bloco de Rega de Reguengos de Monsaraz”.
Como seria de esperar, a expectativa que se vive em torno do Bloco de Rega de Moura é grande. José Pedro Salema explicou os procedimentos. “Está a decorrer o concurso público, mas acreditamos que as obras podem arrancar no 2º trimestre de 2025, com o prazo final para entrega de propostas, seguido da análise e relatórios. Em princípio em maio, é possível iniciarem as obras”.
Para 2025, um ano que promete ser de “muita actividade e muitas obras”, a EDIA tem em construção e em fase final de concurso projectos fotovoltaicos, o reforço de Estações Elevatórias e em simultâneo com as obras, a exploração de uma área agrícola regada de 130 mil hectares servida directamente pela empresa gestora do Alqueva.
No que diz respeito à preocupação com as reservas de água da Barragem de Alqueva, Salema não antecipa “quaisquer problemas. Alqueva está em torno da cota 148/50, o que significa que tem cerca de 80% da sua capacidade máxima, uma situação de grande tranquilidade para enfrentar mais uma campanha, mesmo que o inverno que agora começa não traga água nenhuma”, destacou. Desta forma no próximo ano, a principal mensagem da administração da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva é de “grande tranquilidade para os nossos clientes e beneficiários. Em 2025 haverá água e vamos funcionar sem quaisquer problemas”.