“Uma decisão tomada e comunicada atempadamente à CDU de que não estaria disponível para uma nova candidatura”. Foi desta forma que o presidente da Câmara Municipal de Serpa preparou a sua saída da função que ocupa desde 2021 de não se recandidatar, função essa que vai desempenhar até ao final de 2025, até à eleição de um novo dirigente para a autarquia. Em entrevista à Planície, João Efigénio Palma, explicou que este não é um “afastamento da vida política”, “de maneira nenhuma, porque desde os meus 16 anos que participo na vida do concelho, nas associações desportivas e culturais e embora não seja militante do Partido Comunista Português, sempre estive disponível para trabalhar com a Coligação Democrática Unitária e vou continuar a estar pelo concelho”.
No entanto, “a idade (66 anos) e as condições pessoais e familiares”, pesaram na decisão de sair, “embora com alguma pena”, reconheceu.
Hoje, João Efigénio Palma, pode dizer que liderar uma Câmara, “é uma tarefa muito exigente, que nos tira muito tempo e eu já começava a sentir a necessidade de aligeirar os meus compromissos”. Nas autárquicas de 2021, disse “sim” ao desafio, “num momento muito concreto e perante circunstâncias que me foram colocadas na altura pela CDU, embora não fizesse parte dos planos para a minha vida, aceitei porque era um dever cívico, era um compromisso com toda a minha ligação ao concelho”, esclareceu.
A pouco menos de um ano de deixar a presidência de Serpa, o balanço do trabalho realizado “é positivo”, mas elucidou não foi escolhido de forma isolada, ou seja, a sua não foi “uma candidatura individual”, porque “faço parte de um colectivo e tenho estado aqui (Câmara) no âmbito de um colectivo que tem história no concelho, onde foi dado cumprimento a este trabalho e a este plano e que vamos continuar a dar com todo o empenho”, afirmou. Ao olhar para trás, o sentimento é de “dever cumprido”. Contudo, há sempre aspectos a melhorar. “Se me disser se estou contente com tudo, digo-lhe claramente que não. Há coisas que podíamos ter feito de maneira diferente e melhor. Devemos ter sempre presente esse exame crítico”, ponderou.
Futuramente, quer dedicar-se a coisas simples da vida que deixou de fazer por falta de tempo. “Ir para o terreno cavar, cuidar das alfaces e dos tomateiros” e dedicar-se à história de Serpa que sempre o seduziu. Questões relacionadas com a Serra de Serpa, a emigração dos serpenses para o Brasil e para os Estados Unidos da América no início deste século, são algumas das actividades a que João Efigénio Palma quer empenhar-se.
Quanto ao seu camarada João Dias, o candidato da CDU à autarquia de Serpa, o actual dirigente não tem dúvidas: “Vai ser certamente um óptimo presidente de Câmara. É um jovem, é um individuo com força e experiência e é o meu candidato. Vou voltar a trabalhar com o João e com a lista da CDU durante a campanha”, avançou.