Na quadra festiva em que nos encontramos, nunca é demais considerar os artesãos que dedicam várias horas do dia e da noite às suas obras para satisfazer os clientes mais exigentes. José Mira, de Moura, tem na sua loja, a Mirarte, situada numa das ruas históricas da cidade, peças em barro, madeira e cortiça, sendo que os tradicionais presépios são as mais solicitadas nesta altura, tal como os quadros em tela com aguarela e acrílico.
O símbolo cristão assume uma importância maior pela data que é e as encomendas já começaram a chegar. As figuras em cortiça demoram menos tempo “numa hora o presépio está feito”, mas as de barro “por serem mais trabalhadas”, requerem mais horas. Mesmo assim José Mira tem a noção de que “o trabalho do artesão nunca é pago”, não deixando de se sentir “valorizado” pelo que produz. “Se pedisse o valor que a peça leva a fazer seria insuportável para o cliente e nós temos que baixar o preço”, lamentou.
Do seu portefólio, a maior parte das peças “são mais procuradas por estrangeiros, embora ultimamente o turista português também tem mais apetência para apreciar arte. Digo muitas vezes a quem nos visita que prefiro uma boa conversa sobre as obras expostas do que a compra da peça em si. É mais enriquecedor o (acto) de fazer uma peça, até um íman para pôr no frigorifico que também é feito de forma artesanal, do que depois a venda”. A lembrança personalizada sobre a cidade pode ser encontrada no Posto de Turismo de Moura, no Castelo. As restantes peças estão expostas na loja Mirarte, já que este ano por razões pessoais, o artesão não está no Mercadinho de Natal no Castelo Encantado, em Moura.