Os números de ajuda durante o ano 2024 partilhados pela Cáritas Diocesana de Beja, reflectem o importante trabalho que a instituição tem realizado no apoio às mais de 5900 pessoas do distrito ou como gosta de dizer o presidente da instituição na ajuda que é feita “de Barrancos a S. Teotónio”. A desempenhar o seu segundo mandato para o qual foi eleito, 2021-2025, Isaurindo Oliveira não hesita em dizer que “o Natal na Cáritas é todos os dias”, a propósito da quadra festiva que vivemos e justifica. “Muitas vezes só se pensa no nascimento de Jesus nesta altura e muitas vezes é esquecido, entre as os presépios, as luzes e as prendas. A nossa missão é a pessoa humana que está presente todos os dias. O Natal aqui é quando nós conseguimos minorar o sofrimento, a vulnerabilidade e a destruturação das pessoas e é o que fazemos através das nossas inúmeras valências”.
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A equipa pluridisciplinar da Cáritas Diocesana de Beja tenta chegar diariamente às situações mais críticas com idosos não institucionalizados e que como explica o presidente, “estão sozinhos em casa e muitas vezes somos quase as únicas pessoas que eles vêm e que os ajuda”. “Depois temos os sem-abrigo, uns que são migrantes e precisam de apoio ou porque os contratos de trabalho falharam, não têm dinheiro e ‘caem’ na rua e a dormir debaixo de uma ponte, sozinhos e longe da família. Nós aqui, tentamos ser o ombro onde eles podem pôr a cabeça mesmo que desconfiados, porque a confiança demora muito tempo a ser conquistada”. Neste caso, a ajuda pode ser na integração através de diversas actividades, ainda na parte administrativa com esclarecimento das condições de visto ou outras situações e também no alojamento, “através do Centro de Alojamento de Emergência Social”, referiu Isaurindo Oliveira.
A instituição chega também aos dependentes de álcool e drogas para tentar “abrir-lhes uma porta, embora de uma forma muito difícil porque obriga a sacrifícios muito grandes e a taxa de sucesso nem sempre é famosa. Tentamos equilibrá-los para que possam retomar a sua vida”, elucidou o responsável.
Os problemas abrangem outras situações como a violência doméstica ou a saúde mental, em que o trabalho passa pela “reinserção e estabilização” de quem vive estas adversidades.
Isaurindo Oliveira enumerou algumas das circunstâncias em que a Cáritas Diocesana de Beja actua, mas não esconde que este é um trabalho muito difícil, por vezes infrutífero, mas com a ajuda de todos, com as parcerias, as empresas e as autarquias, vai-se tentando fazer Natal todos os dias”.