Entre 21 de novembro e 10 de dezembro, a exposição “Rente ao Viver”, na Casa do Alentejo, em Lisboa, marca o arranque do projecto “A Soleira” de Inês Amador, que reinterpreta o património têxtil e cultural da região. A iniciativa nasceu em Lisboa com o coração no Alentejo e quer trazer para o dia a dia a tradição rural da região. Inspirada nas actividades agrícolas, nos ofícios e na memória colectiva, o projecto pretende criar não só elementos têxteis para uso quotidiano, mas também exposições de âmbito cultural e histórias de memória e pertença, contadas na primeira pessoa.
O avental é o primeiro produto da “Soleira”, cujo desenho segue o modelo usado pelas mulheres alentejanas no trabalho do campo. Usando desde chitas e riscados originais a tecidos de fins de colecções de antigas retrosarias, transmitem uma mensagem de preservação e sustentabilidade e ganham, assim, um novo lugar no mundo quotidiano. A mostra é acompanhada por cinco aguarelas de Priscila J. Machado, que ilustram cada modelo exposto e trazem uma nova leitura aos padrões, expressões e movimentos figurativos do património rural da região.
Natural de Beja, casada e mãe de cinco filhos, Inês Amador é formada em Ciência Política, especializou-se e desenvolveu investigação em Participação Política (ISCTE), e trabalhou como gestora de projectos, financiamento e impacto para a economia social (Associação Serve the City Portugal).