O pedido de reunião urgente com a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, solicitado pelos autarcas do Partido Socialista dos concelhos de Aljustrel, Almodôvar, Castro Verde, Mértola e Ourique, devido ao encerramento temporário do Serviço de Urgência Básica de Castro Verde, mereceu atenção da parte do deputado da AD, eleito por Beja. Em nota de imprensa, Gonçalo Valente diz concordar com o “diagnóstico negativo” da saúde no distrito, mas defende-se com as “medidas estruturais que resultaram nesse diagnóstico”, referindo-se ao anterior Governo.
“A forma encontrada pelas administrações para colmatar a falta de médicos no quadro, é recorrer a médicos tarefeiros, transformando-se num autêntico leilão de preços. Isto acontece porque a carreira no público não é atractiva para esta classe. O problema é, portanto, estrutural e só se resolve com uma reforma, reforma esta que levará o seu tempo para conhecer resultados”.
Gonçalo Valente questionou o Executivo PS sobre a falta de médicos no interior. “Se há medidas imediatas que podem resolver a falta de médicos, de uma forma mais evidente no interior, por que razão o anterior Governo não as tomou? Ou há 7 meses não tínhamos falta de médicos e agora é que temos porque este governo tem tomado más opções”? “Estes autarcas sabem perfeitamente que isto são situações circunstanciais, basta um pedido de mobilidade, um pedido de licença de maternidade, um justo gozo de férias, uma simples doença que impeça o médico de ir trabalhar, para causar aquilo que estamos a viver neste momento. Porque estamos há muitos anos a assegurar e a garantir os serviços praticamente mínimos”, admitiu o deputado da AD.
O representante da Aliança Democrática eleito por Beja, recordou que as urgências de Castro Verde no passado “fecharam várias vezes, e só não fecharam mais porque uma administradora do CA (Conselho de Administração) fazia esse serviço de forma a evitar o seu encerramento”.
Nesse sentido, retorquiu como resposta aos autarcas do PS que “a ânsia de atacarem o Governo é tão grande que se esqueceram que o Conselho de Administração da ULSBA tem total poder para contratar médicos e é responsável por toda a gestão do funcionamento da saúde no Baixo Alentejo. Estão (os autarcas) intencionalmente a atacar a competência das pessoas que eles próprios escolheram. Parece que nós confiamos mais nesta equipa do que propriamente quem teve a prerrogativa de a escolher”. Declarações do deputado da AD eleito pelo círculo de Beja sobre o encerramento da Urgência Básica de Castro Verde.