Banco Alimentar de Beja pode fechar e deixar sem apoio 3000 pessoas

O Banco Alimentar (BA) de Beja pode vir a encerrar as portas no dia 31 de dezembro deste ano e deixar de prestar ajuda às cerca de 3000 pessoas da área CIMBAL – Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo. Preocupado com a situação, o presidente da instituição de Beja, José Tadeu de Freitas, disse à Planície que este é um problema que já se arrasta há alguns anos. “O armazém onde o Banco Alimentar se encontra, é um espaço alugado e já fomos avisados há algum tempo pelo senhorio que pretendia vendê-lo e quando isso acontecesse, possivelmente teríamos de sair. Foi o que aconteceu. Recebemos uma ordem de não renovação do contrato, com uma ordem de despejo a 31 de dezembro, ou seja, no último dia do ano”.

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Tadeu de Freitas esclareceu à Planície que a questão tem vindo a ser desde o início comunicada à CIMBAL, isto é, que o BA de Beja “iria ficar sem espaço físico e que não teria capacidade de comprar um outro espaço”, um alerta que foi dado com o intuito de solicitar ajuda da parte dos 13 Municípios que compõem a área CIMBAL.

O responsável da instituição do concelho do Baixo Alentejo conseguiu, no entanto, encontrar um outro armazém na cidade capital, que segundo o próprio, “parece adequado e seria a solução”, mas por enquanto aguarda resposta “há cerca de um mês da parte da CIMBAL”. O valor desta nova estrutura ronda os 300 mil euros, que de acordo com Tadeu de Freitas, “é um investimento irrisório para as autarquias para aquilo que recebem desde 2011. Não nos podemos esquecer que o Banco Alimentar de Beja doa por ano 140 mil euros em alimentos à área CIMBAL e não pede nada. Algumas autarquias dão-nos donativos para pagar a renda, a água e a luz e nós não temos mais nenhuma fonte de rendimento porque o BA serve exclusivamente para receber alimentos dos donativos e entregá-los às instituições que depois os fazem chegar às famílias”, sendo esta uma “responsabilidade dos Municípios”, afirmou.

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Se até ao final do ano não for encontrada uma solução, “vamos ter de sair e encerrar o Banco Alimentar de Beja. Estamos a falar de cerca de 3000 pessoas que vão deixar de receber este reforço alimentar todos os meses”, explicou Tadeu de Freitas desconhecendo como será depois prestada essa ajuda. “Depois não sei como será. As autarquias vão ter de o fazer com meios e financiamento próprios”, observou.
O presidente da Direcção do BA de Beja lembrou que sobre as campanhas que são feitas nos supermercados, “cabe cerca de 40% do que nós doamos” e ressalvou que a instituição “doa muito mais (fruto) do que recebe de outros “bancos”, das campanhas nas empresas e das campanhas da luta contra o desperdício”. Enfim, de “um conjunto de pedidos que acabamos por distribuir para as instituições e que não são provenientes da campanha saco”. Recorde-se que no início de dezembro, o Banco Alimentar irá realizar a campanha de angariação de bens alimentares de inverno.
José Tadeu de Freitas não quis deixar de frisar que a autarquia de Moura e de Beja foram as duas até à data, que entraram em contacto consigo. “Falaram connosco e mostraram-se interessadas em apoiar junto de outros presidentes de Câmara da área CIMBAL a solução para o Banco Alimentar de Beja se manter”.

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