No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, assinalado hoje, 17 de outubro, os últimos dados da Rede Europeia Anti-Pobreza (REAP), são alarmantes. Os números publicados pela Lusa, mostram que o risco de pobreza ou exclusão social afecta uma em cada cinco pessoas no nosso país e a situação tende a agravar-se, com mais de metade da população em risco de pobreza entre os 18 e os 64 anos.
Destes, 24% são idosos (65 ou mais anos) e 19,5% são crianças e adolescentes e são as famílias com crianças dependentes que representam a maior parte dos agregados em situação de pobreza (56,7%). No relatório de 2024, a organização destacou que 1,78 milhões de pessoas vivem com menos de 591 euros por mês, a maioria mulheres (54%).
Para a Rede Europeia Anti-Pobreza, as medidas políticas são as prioritárias, a par do envolvimento da sociedade no combate às situações de exclusão, sendo “necessária uma intervenção próxima das pessoas, de cada pessoa, de cada família”.
À Antena 1, a presidente da Cáritas Portugal, Rita Valadas, apontou Beja como uma das zonas do país mais afectadas pelo flagelo, sobretudo pelo fenómeno da imigração. “Temos um conjunto de pessoas que ficam sem abrigo, vítimas de desemprego instável porque vêm no sonho de encontrarem em Portugal uma solução e depois não encontram essa estabilidade”. A instituição não tem capacidade de resposta para os pedidos de ajuda. “Não conseguimos resolver situações desse nível com emprego” e não “há soluções de vida para além do emprego. A pobreza sem habitação também é difícil de resolver”, afirmou a dirigente à Antena 1.