A campanha de azeitona 2024/2025 da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) arranca no dia 21 deste mês e estima uma previsão de produção na ordem dos 40 mil toneladas de azeitona e de quase 6.500 toneladas de azeite. As estimativas, fornecidas à Planície pelo presidente da cooperativa, José Duarte, são isso mesmo, uma avaliação prévia que está dentro “da linha das produções normais da nossa cooperativa” e que se enquadra numa área de “20 mil hectares e de vários associados”, afirmou o gestor da CAMB.
Também a nível mundial as expectativas é que seja igualmente “uma produção normal, principalmente em Espanha, país que representa 50% da produção mundial de azeite, o que irá posteriormente reflectir-se no ajuste do preço”, ressalvou José Duarte. O responsável assegurou para já, que haverá esse acerto no preço, com o mercado a “descontar algum desse valor para a próxima campanha com base nas estimativas de produção”. No entanto, chama a atenção para um ponto importante: “nunca poderemos ter o valor do azeite abaixo dos custos de produção, nomeadamente do olival tradicional de sequeiro que é o olival que predomina mundialmente e que tem custos de produção versus rentabilidade versus produção de azeite bastante elevados”, observou. Ainda assim o empresário agrícola acredita que o custo “não irá descer muito em relação à cotação actual (no olival tradicional está entre os 4,5 e os 5 euros por quilo de azeite), mas em prateleira vai sofrer um ajuste se calhar na ordem dos 20 a 25% abaixo, mas são estimativas”, apontou o presidente da cooperativa.
Sabe-se que um dos factores que pode ter influência no valor do azeite é o facto da campanha a nível mundial iniciar “sem stock” de produto e arrancar “praticamente do zero”, por isso esse acerto “deverá ser feito a partir de dezembro/janeiro em função dos resultados da campanha a nível mundial”, palavras do presidente do Conselho de Administração da cooperativa.
Para evitar situações limite de agressões e roubos como as que aconteceram na campanha do ano passado a associados da CAMB, José Duarte partilhou uma das principais preocupações neste início de fase e que tem a ver com a questão da segurança. “É preciso que haja um reforço do policiamento e que haja uma maior fiscalização nomeadamente nos receptadores de azeitona, há vários e há alguns que estão a operar de forma ilegal”. “É o alerta que deixamos para que se possa ter uma campanha sem qualquer tipo de sobressaltos”, reforçou o responsável da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos.