O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em parceria com a Liga para a Protecção da Natureza (LPN), libertou, em Castro Verde, nove crias de tartaranhão-caçador (Circus pygargus), ou águia[1]caçadeira, nascidos em cativeiro, numa acção que se espera vir a contribuir para a manutenção da espécie no Alentejo.
A águia-caçadeira, ou tartaranhão-caçador, é uma espécie migradora, que existe enquanto reprodutor na Eurásia e Norte de África, desde a Península Ibérica e Marrocos, até cerca do paralelo 60, no sul da Sibéria e Ásia Norte-central. Inverna na África subsariana, principalmente no Sudão, Etiópia e Leste de África e também no subcontinente Indiano. Em Portugal, a espécie surge como nidificante em especial na metade Este do país, nomeadamente nas planícies do Alentejo e nos planaltos serranos do centro-leste e norte.
A diminuição da área utilizada com cereais de outono-inverno e de práticas agrícolas e pecuárias que se registaram na última década, terão contribuído para o declínio acentuado da espécie, decorrente da afectação directa do habitat e do aumento de impactes negativos sobre os locais de nidificação e consequentemente sobre o sucesso reprodutor. Desde 2022, já foram libertados quase 60 exemplares de tartaranhão-caçador no âmbito do Programa de resgate e salvamento de ovos e crias da espécie.