A viagem do Festival Futurama 2024 arranca hoje, dia 27 em Serpa. Até sábado, a cidade raiana é o primeiro território de um percurso que passa ainda por Mértola (5 de outubro) e Beja (11 e 12 de outubro), com uma programação multi e interdisciplinar que acontece da relação entre artistas e as comunidades locais, sob a direcção artística de John Romão.
Sob a direcção artística de John Romão, o início deste valioso encontro no Baixo Alentejo apresenta o novo concerto do projecto Cantexto, que reúne a poesia original de autores contemporâneos com grupos de Cante Alentejano, a performance de dança de Filipa Francisco, os espectáculos de Joana Craveiro / Teatro do Vestido, e a arruada com o Grupo Folclórico Os Chocalheiros de Vila Verde de Ficalho e a Orquestra de Percussão Rufar e Bombar.
Esta 3.ª edição é “uma celebração da diversidade e da profundidade do ecossistema cultural e artístico” que o festival nutre no Baixo Alentejo, segundo o director.
A nota de imprensa faz referência às actividades que acontecem logo pela manhã de hoje, sexta-feira, na cidade “coração do Alentejo”, Serpa, com a performance de dança que nasce de dois encontros no âmbito da residência Artista nas Escolas, promovida pelo Futurama. “Para Onde Vamos?” junta a coreógrafa e intérprete Filipa Francisco aos alunos da turma 10.º B da Escola Secundária de Serpa (com o músico Nuno Cintrão), no Jardim da Biblioteca desse estabelecimento de ensino. No mesmo dia, mas pela noite, o Cineteatro Municipal de Serpa torna-se o palco de “Silêncios Persistentes”, pela encenadora Joana Craveiro. Com produção do Teatro do Vestido, esta peça teatral intimista reflecte sobre memórias silenciadas durante a ditadura.
No sábado, 28 de setembro, ao início do dia, todos os caminhos vão dar ao Museu do Cante, que recebe uma Constelação com o escritor Rui Cardoso Martins, as compositoras Celina da Piedade e Ana Santos, e o músico Armando Torrão, do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, numa conversa em torno da oralidade, da palavra e do território alentejano. Pela tarde, a arruada protagonizada pelo Grupo Folclórico Os Chocalheiros de Vila Verde de Ficalho e a Orquestra de Percussão Rufar e Bombar invade as ruas da cidade, do Mercado Municipal à Praça da República. Imediatamente após esta colaboração inédita entre dois colectivos musicais e sonoros distintos, o Largo de Santa Maria enche-se de poesia e de vozes da região, no concerto do projecto original e definidor do Futurama, o Cantexto. Este ano, e em estreia mundial, são as criações literárias dos autores Rui Cardoso Martins, Alice Neto de Sousa, Maria do Rosário Pedreira, Afonso Reis Cabral, Margarida Vale de Gato e Luísa Costa Gomes que ganham vida através da interpretação dos grupos de cante Cantadores de Nossa Senhora das Neves, Rouxinóis do Alentejo, Papoilas do Enxoé, Os Arraianos, Grupo Coral Rama Verde e Moças da Aldeia, respectivamente, com composições musicais de Celina da Piedade e Ana Santos. A fechar o périplo do festival por Serpa, Joana Craveiro regressa ao Cineteatro Municipal de Serpa para apresentar “Desver”. Um espectáculo que, também produzido pelo Teatro do Vestido, aprofunda questões contemporâneas, como a ocupação da Palestina.
Todas as actividades têm entrada livre com contribuição voluntária, de forma a tornar a programação o mais acessível e inclusiva possível.
Entrevista disponível hoje na Rádio Planície e em planície.pt com o director artístico John Romão.