A Protecção Civil declarou situação de alerta máximo devido ao risco de incêndio até quinta-feira para todo o território continental. A mesma entidade informa que serão implementadas várias medidas de carácter excepcional. Entre elas, a proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem;
a proibição da realização de queimadas e queimas de sobrantes de exploração, bem como a suspensão das autorizações que tenham sido emitidas.
O Coordenador da Protecção de Civil de Moura deixou à Planície uma importante chamada de atenção sobre a situação. “Peço à população do nosso concelho que se mantenha vigilante e que seja mais um agente de protecção civil sobretudo nas próximas horas”, sublinhou Diogo Saraiva. No final da sua intervenção, ressalvou o trabalho dos bombeiros com uma “nota de apoio” pelo combate aos incêndios na zona norte e centro do país.
Também a Guarda Nacional Republicana já tem em andamento o reforço de patrulhamento de visibilidade direccionado para a prevenção de incêndios, em todo o território nacional e até se justificar, em virtude da previsão de agravamento do perigo de incêndio, tendo em consideração o aumento das temperaturas, a previsão de vento forte e a diminuição da humidade relativa do ar, previstos para os próximos dias.
Incêndios Rurais no Alentejo – Moura e Ourique já têm disponíveis os meios aéreos
No distrito de Beja, segundo o Chefe da Divisão da Natureza e do Ambiente, do Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente, Tenente-Coronel Ricardo Alves, os três concelhos no topo das prioridades são “Ourique e Odemira, duas das áreas com uma mancha florestal bastante acentuada e também Aljustrel”.
A GNR, através das suas várias valências, nomeadamente de Protecção da Natureza e do Ambiente, Territorial e Investigação Criminal, irá intensificar a vigilância em determinadas zonas do país, nomeadamente nos locais em que o risco previsto seja elevado, muito elevado e máximo, com o intuito de prevenir a ocorrência de comportamentos de risco e de incêndios rurais.
A GNR apela mais uma vez à população para a importância de adopção de comportamentos seguros, nos espaços florestais e agrícolas, nos dias de risco de incêndio muito elevado e máximo, devendo evitar fumar, fazer lume ou fogueiras; fazer queimas ou queimadas; lançar foguetes e balões de mecha acesa; fumigar ou desinfestar apiários, salvo se os fumigadores estiverem equipados com dispositivos de retenção de faúlhas; a circulação de tractores, máquinas e veículos de transporte pesados que não possuam extintor, sistema de retenção de faúlhas ou faíscas e tapa chamas nos tubos de escape ou chaminés.
Desde 1 de janeiro até agora, a Guarda realizou mais de 38 251 patrulhas, que resultaram na identificação de 361 suspeitos e na detenção de 26 indivíduos pelo crime de incêndio florestal. Ainda neste âmbito, foram registados 5 049 incêndios rurais, os quais resultaram em 15 070 hectares de área ardida.
Do total de incêndios investigados pela GNR, no que diz respeito às suas causas, 28% são devidos ao uso negligente do fogo (queimas, queimadas, entre outros), 26% são causas indeterminadas, 25% são devidos a incendiarismo, 13% devem-se a causas acidentais (transportes e comunicações), 4% são derivadas de reacendimentos, 1% são causas naturais e 1% devem-se a causas estruturais (caça e uso do solo).