Numa altura em que o sector vitivinícola está em crise e debate-se com a falta de apoios, o enólogo Vasco Fernandes da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito (ACVCA), conversou com a Planície sobre as perspectivas das vindimas para este ano na região. Com a entrega de uva dos 262 associados, prevê-se que a produção “seja boa” e que tenha “maturações equilibradas”, apesar das altas temperaturas dos últimos dias que originou “um ligeiro abrandamento de maturação, mas que em nada influenciará a boa qualidade das uvas que chegam à nossa adega”.
Por estes lados a vindima arrancou na quinta-feira passada com a casta Verdelho, mas esta semana irá continuar com algumas castas seleccionadas pelos responsáveis da adega. São elas “Fernão Pires, Aragonês, Syrah, em que vamos decidindo o que irá entrar nesta primeira fase de vindima”, explicou o enólogo.
A produção estima-se que este ano ronde os 9 a 10 milhões de quilos de uva, números próximos dos outros anos. Já no Vinho de Talha branco, proveniente de seis hectares de vinhas centenárias que a ACVCA detém, “a produção é muito limitada. Estamos a falar de 12 mil quilos. No caso do Vinho de Talha tinto, o ano passado lançámos o nosso primeiro tinto de talha de vinhas velhas seleccionadas e identificadas por nós, decidimos fazer apenas um a duas talhas”, esclareceu. Na melhoria do sector, o enólogo está convicto de que deveria haver “mais controle nos preços”. “Ajudava bastante se os litros (de vinho) que vêm de outras regiões e de outros países a preços muito baixos, onde se torna difícil competir, fossem controlados. Dessa forma o vinho português sairia a ganhar com toda a certeza”, admitiu Vasco Fernandes, enólogo da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito.
