A ministra do Ambiente garantiu esta terça-feira que Espanha vai pagar a Portugal dois milhões de euros por ano pelas captações de água do Alqueva, verba que deverá constar do acordo final a assinar entre os dois países a 26 de setembro, em Madrid, segundo noticiou a Lusa. “Em relação ao Alqueva, foi pura e simplesmente fazer a monitorização do que é que do lado espanhol estava a ser gasto, fazer as contas, e Espanha, como é natural, está disposta a pagar aquilo que nos deve na água do Alqueva”, disse Maria da Graça Carvalho.
A governante confirmou aos jornalistas no final de uma visita à praia do Garrão, em Loulé, no distrito de Faro, a verba a pagar a Portugal, uma conta que, do ponto de vista da dimensão espanhola, não é “exorbitante”.
Maria da Graça Carvalho adiantou que o acordo a ser firmado entre si e a sua homóloga espanhola, no dia 26 de setembro, na capital espanhola, Madrid, envolverá não só a regularização da captação de água no Alqueva, mas também questões ligadas com os rios Tejo e Guadiana.
Questionada sobre se Portugal terá feito alguma cedência para alcançar um consenso bilateral, a ministra do Ambiente respondeu que não foi preciso ceder “em nada” e que a negociação correu “muito bem”, destacando que Espanha está interessada “em resolver os problemas”.
Entretanto, a Planície chegou à fala com o presidente do Conselho de Administração da EDIA e para José Pedro Salema este acordo “não é propriamente uma surpresa, já que estamos envolvidos e participamos na CADC – Comissão para a Aplicação e o Desenvolvimento da Convenção de Albufeira, o fórum em que Portugal e Espanha se reúnem para tratar dos assuntos dos rios internacionais e a EDIA participa nessa convenção como parte interessada nos traços internacionais do Guadiana tanto a montante, como a jusante”. Sem estranhar o acordo firmado entre os dois países, o responsável da empresa gestora de Alqueva ressalvou que o importante agora é que seja feita a “regularização” e o “pagamento” por parte de Espanha, sendo que com as cedências de parte a parte consolidadas, já houve “um empurrão” para que essa obrigação seja cumprida. Por outro lado, “Espanha também já tinha confirmado o compromisso em reuniões anteriores no fórum”, sublinhou José Pedro Salema. De relembrar que em causa está o pagamento de quase 40 milhões de euros de dívida de Espanha a Portugal que envolve o regadio espanhol.