Sabe o que é um Tratador Cinotécnico? O Cabo Rui Ramos da GNR de Beja conta-lhe tudo. Natural de Moura, é militar da Guarda Nacional Republicana há 24 anos, com a graduação de cabo e integra o Destacamento de Intervenção de Beja do Comando Territorial da GNR, mas a sua especialização é específica: Tratador Cinotécnico. Por outras palavras, trabalha com cães onde os treina para determinadas missões. O binómio, assim chamado, é o “conjunto de um homem ou de uma mulher formado por dois elementos, Homem e cão”, explicou.
Diariamente, faz cerca de 110 quilómetros entre Moura/Beja e Beja/Moura para fazer o que mais gosta: ensinar cães, sempre com a ajuda dos colegas instrutores da Escola da GNR, em Queluz de Baixo, que o formaram.
O trabalho do tratador começa cedo em Beja, onde prepara os treinos com a cadela de raça Braco Alemão, em que nessas horas, tenta “tirar o máximo partido dos treinos” com uma equipa de três pessoas. O mérito da função é ainda maior por haver em Portugal poucas pessoas a desempenhá-la e em que para se chegar até aqui, é feita uma “selecção” para posteriormente se integrar as equipas cinotécnicas.
Rui Ramos fala com muito carinho dos animais que treina e revela que o segredo do trabalho bem-sucedido, passa principalmente por “gostar muito de cães e haver um respeito mútuo entre nós. Os cães respeitam-nos muito, às vezes mais que os humanos”. São muitas as horas dedicadas a este trabalho, uma entrega que é feita de “corpo e alma e não de horas perdidas, mas sim de muitas horas ganhas”, também com o que aprende com os animais. “A primeira regra é nós gostarmos muito do animal e haver uma simbiose e amor. Se nós não gostarmos, não vale a pena fazer”.
Labrador Retriever tem sido a raça que o militar mais tem ensinado e agora, o Braco Alemão, “cães diferentes, com temperamentos diferentes, mas com métodos de treino iguais. Nós, enquanto tratadores é que temos de avaliar o que é que melhora o desempenho, mediante a raça que temos”, declarou, destacando que este é um trabalho “diário e contínuo”.
Preparados para determinadas funções, cão e homem nunca sabem o que podem encontrar no terreno. “Treinamos no âmbito geral e não sabemos o que vamos encontrar em cada uma das missões”, afirmou o cabo Rui Ramos, natural de Moura, militar no Destacamento de Intervenção de Beja do Comando Territorial da GNR.