Espanha quer o dobro da captação de água de Alqueva, agricultores contra

Depois da polémica antiga que envolve o pagamento de perto de 40 milhões de euros que Espanha deve a Portugal por tirar indevidamente água a Alqueva, um assunto que tem estado a ser discutido pelas Ministras do Ambiente dos dois países, também a captação de água não regularizada do país vizinho, através do sistema designado de Boca-Chança, junto à aldeia do Pomarão, em Mértola para regadio espanhol, reacendeu a questão. Espanha quer reforçar essa captação para os 150 hectómetros cúbicos de água, o dobro do que tem vindo a ser captada. Pretendem ainda que esses valores sejam incluídos na Convenção de Albufeira, uma Cooperação Luso-Espanhola. Esta água que é debitada por Alqueva, garante o caudal ecológico do troço do Guadiana Internacional e que vai do Pomarão, até Vila Real de Santo António.

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A FAABA – Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, está contra. Na opinião de Rui Garrido e do que conhece sobre esta realidade, acha que os espanhóis “têm de fazer uma gestão mais cuidadosa da água. Toda a gente sabe que a captação no Chança foi provisória e que se mantém há vários anos, de onde tiram muita água para fazerem regadios do outro lado da fronteira. Estão ali pequenos regadios em cabeços parecidos com os de Mértola em solos que não têm a mínima aptidão para o regadio. E estão a nascer por baixo dos citrinos”, referiu o empresário agrícola à Planície. “A impressão que temos é que a gestão do outro lado da fronteira é feita com pouco rigor e eu não sei como é que ela é feita. Portanto, vir pedir água sem mais nem menos, é uma coisa que na minha opinião não faz muito sentido”, firmou Rui Garrido.

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