Faleceu aos 68 anos, vítima de doença oncológica, o artista plástico mourense Luís Camacho. O funeral realiza-se hoje, pelas 11h45, em Moura. Com uma obra vasta e variada, incluindo a pintura, o desenho e a cerâmica, expôs pela primeira vez em 1974.
Artista plástico nascido em 1956, em Moura. Estudou na Escola António Arroio e na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Expôs pela primeira vez em 1974. Na sua obra inicial, Luís Camacho optou por desenhos e pinturas a acrílico adotando formatos esguios de figuras-signos transparentes, de grandes dimensões, num fundo indefinido. A opção pela dimensão vertical acentuou-se na criação de colunas coloridas. Dedicou-se durante algum tempo às obras de grafite mas no final dos anos oitenta, Luís Camacho retomou uma pintura suavemente colorida num jogo subtil de transparências onde as linhas utilizadas dividem apenas ou a superfície de suporte em várias partes ou conjugam formas e espaços. A utilização de cores claras permite a apreensão das mínimas variações das cores quentes utilizadas sem se dar a perda de sensualidade. Por exemplo, Paisagem para Um Fruto (1983) confronta áreas da mesma ordem de grandeza, com cores lisas ou marcadas com pequenas manchas e traços, obtendo um efeito ótico que apela ao conhecimento da tactilidade e da distância. Os próprios títulos que dá às suas obras oscilam entre a visualidade genérica e o apelo à livre associação de imagens: Sítio (1986), Amo-te (1986) ou Carne (1988).
Dados da Infopédia.
Em nota de imprensa a Comissão Coordenadora de Moura de CDU veio expressar o seu pesar pelo desaparecimento do artista plástico.
“Antigo aluno da Escola Industrial e Comercial, Luís Camacho destacou-se, pelo seu talento, desde muito jovem. Homem discreto, e sem grande apetência pelas luzes da ribalta, deixa obra de grande importância nos domínios da pintura, da escultura e da azulejaria. Foi autor, em Moura, de uma obra escultórica de homenagem a Salúquia, tendo ainda participado em exposições coletivas realizadas no nosso concelho.” Referiu a CDU.