Baixo Alentejo – Os desafios da CIMBAL e a gestão de 90 milhões de euros

António Bota, presidente da CIMBAL – Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, onde estão representados 13 Municípios, entre eles o de Moura, adiantou em entrevista à Planície, que um dos maiores desafios nestes primeiros seis meses de 2024, prende-se com a consolidação de “uma estratégia única”, com projectos na sua maioria de fundos comunitários, marcados pela “pressão de fechar o 2020 e a abertura de um novo quadro comunitário, o 2030, dependentes da ADC, de Bruxelas e da CCDR Alentejo”. A finalidade é a de encontrar “as melhores soluções”, precisamente para os futuros projectos do território.

As autarquias são os principais agentes locais neste processo, nomeadamente para que tenham capacidade de resposta aos respectivos avisos quando estes saírem e de forma “célere, concorrer aos mesmos, enquadrar-se e começar a fazer obra. No fundo o nosso interesse é trazer o maior investimento possível para a região do Baixo Alentejo”, acentuou António Bota.
Também a área do ambiente e todas as que definem e agregam os Municípios, são desafiantes do ponto de vista da gestão. Contudo, o também autarca responsável por Almodôvar, assume que um dos maiores problemas da CIM quando o assunto são os fundos comunitários, “é a falta de pessoal técnico especializado para preparar candidaturas”, apesar de haver “uma vontade muito grande que abram os avisos, com uma panóplia muito grande de projectos prontos para que os Municípios possam fazer obra”.

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Sobre a maior verba de sempre para a região, o empresário explicou à Planície como foi o processo de negociação. “Começámos com uma proposta de 70 milhões de euros, eu não concordei com a mesma. Fomos ao encontro de novas perspectivas em termos de fundos comunitários, com as intenções de investimento na região. Contratualizámos mais ou menos cerca de 90 milhões de euros com a ajuda do projecto o Ciclo Urbano da Água, uma coisa interessante para o Baixo Alentejo porque temos muitas povoações, vilas e aldeias onde as redes de água são obsoletas e onde as redes têm perdas gigantes. Temos conseguido dar a volta a poupar água não somente nas torneiras, mas também nas tubagens que estão debaixo do chão”.
Lembrou que nos últimos 50 anos, “foram gastos milhões com canalizações e condutas de água que já não servem. E sem o dinheiro da Europa é impossível (fazer alguma coisa), porque as Câmaras têm cada vez mais despesa, mais infraestrutura para fazer manutenção, mais caminhos rurais, mais estradas pavimentadas, os vencimentos estão a subir e a receita das Câmaras Municipais é praticamente a mesma da parte do Governo. Estamos basicamente dependentes dos fundos comunitários para fazer as grandes obras”.

O investimento passa pela área do ambiente, “com as eficiências, eficiência energética e essencialmente eficiência hídrica, porque o Baixo Alentejo é das zonas mais secas da Europa, mais próxima do norte de África e onde todos os cenários apontam para a desertificação”, firmou o autarca e sublinhou: “Nós precisamos de ter barragens com capacidade de acumular água, mas acima de tudo, precisamos de ter um bom tratamento de água e uma boa rede de distribuição para que a água não saia para baixo do chão e chegue à torneira de cada um de nós. Os 30 milhões de euros que contratualizámos para essa área vão ser muito úteis. Assim nos deixem gastar o dinheiro onde ele é necessário gastar”, reflectiu o presidente da CIMBAL – Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, António Bota, em relação à importância dos fundos comunitários para a região.

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