Termas de Moura podem ser reactivadas dentro de três anos

O presidente da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica, Pedro Cantista, foi uma das presenças na Conferência da Água, no recente evento da Feira de Maio, em Moura. O médico fisiatra e professor na Faculdade de Medicina do Porto é o consultor da autarquia para o projecto das termas que existem no Jardim Dr. Santiago, na cidade.

Encerradas há vários anos, há interesse da Câmara em reactivar este património. “A ideia do Município e de todos nós, é retomarmos essa exploração terapêutica do recurso das Termas de Moura. Para isso, vai ser necessário uma série de acções”, explicou o especialista à Planície. “Vamos ter um furo novo, qualificá-lo e a lei exige agora que essa água que tivermos do novo furo, seja alvo de um estudo médico hidrológico, uma espécie de ensaio terapêutico tal e qual como se faz com um medicamento, para mostrar que este novo furo tem as mesmas propriedades terapêuticas”. O médico avançou que todo o processo, “é feito com metodologia científica e daí a razão de eu estar a colaborar com a Câmara Municipal de Moura no sentido de toda esta dinâmica poder retomar uma actividade muito antiga, que trouxe a Moura muita gente de fora, que fez construir um hotel que ainda existe e onde fiquei e fico quando venho cá. Portanto, estamos a pensar ressuscitar algo que é muito importante para a saúde, ambientalmente é extraordinário porque é sustentável e é sem dúvida uma mais valia para a autarquia”, frisou Pedro Cantista.

Da parte do presidente da autarquia, o fisiatra adiantou que conversou com Álvaro Azedo e que considera as termas “um projecto de convicção”. Como tal, alguns passos já foram dados no sentido de se preparar os procedimentos para que as Termas de Moura sejam uma realidade. “Já se arrancou com o necessário e com o retomar junto da tutela, neste caso a Direcção-Geral da Energia e Geologia, de um plano de recuperação que passa por estas fases que lhe disse”, salvaguardou.
Sabe-se que, entretanto, também foi realizado um estudo do aquífero de Moura pelo professor Alves Costa, “a pessoa que mais sabe sobre o aquífero”, prosseguiu o médico, “com todo o plano de sustentação que a lei obriga e quando esse furo estiver pronto, eu possa estudá-lo e estou optimista para que no espaço de dois a três anos, possamos ter as Termas de Moura de novo a funcionar”, sublinhou.

Pedro Cantista reconhece “o potencial enorme de água na região”, “quer seja pelas águas que estão à superfície e estamos a falar do Alqueva que é o maior lago artificial da Europa, quer sobre uma riqueza extraordinária que são as águas subterrâneas”, os benefícios para a saúde são muitos. “Nomeadamente, doenças do aparelho digestivo, doenças metabólicas e doenças reumáticas. É uma área muito grande que tem a ver com a chamada Medicina Termal e que agora devido à moderna investigação científica, passa a ter um renovado interesse do ponto de vista de utilização terapêutica”, concluiu o médico fisiatra e consultor das Termas de Moura.

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