Abril, é o mês em que se assinala a Prevenção dos Maus-Tratos na Infância, onde a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Moura (CPCJ), tem um papel crucial na prevenção e acompanhamento de situações que põem em risco a segurança, a saúde, a formação, a educação ou o desenvolvimento integral das crianças e jovens.
Desde o dia 19 de março que Fátima Moreira está à frente da presidência da CPCJ de Moura, um desafio que preenche a enfermeira, em especial, por gostar “muito de trabalhar com pessoas, de ouvir as suas histórias e de as tentar ajudar, com o conhecimento que tenho”.
Em conjunto com uma equipa multidisciplinar, considera que é fundamental precisamente o trabalho de prevenção e, por isso nunca são demais as horas dedicadas a este empenho “junto da comunidade (mourense)”, mas também “na consciencialização de se trabalhar vários temas com as nossas crianças e com os adultos, na forma como lidam com as nossas crianças”. O papel da comissão é o de estar na primeira-linha “para não ter que se chegar à parte em que temos de actuar”.
Na difícil tarefa da prevenção, a CPCJ de Moura composta por uma Comissão Restrita e uma Comissão Alargada, é nesta última que enquadra outras entidades e que contribuem para que se minimize o sofrimento das crianças, dos jovens e das famílias. São eles, “as forças de segurança, os elementos da escola, da Segurança Social e do Município. É uma equipa muito vasta e cabe à Comissão Alargada essas acções de sensibilização”, elucidou Fátima Moreira.
O paradigma das principais sinalizações no concelho de Moura mudou, “apesar de não se ter notado um aumento significativo, mas sim ligeiro, entre 05 a 10 processos por ano”, notou a responsável. “Enquanto que há uns anos as sinalizações diziam respeito ao absentismo e abandono escolar e à negligência, agora foram ultrapassados por situações de violência doméstica e de comportamentos graves antissociais ou de indisciplina. Isto faz-nos reflectir. O que se passa nas nossas famílias e comunidades?”, questionou a presidente da CPCJ. A resposta está como referiu, no trabalho em equipa. “Esse acompanhamento é feito através de uma avaliação inicial em que escutamos todos os envolvidos. Nas situações sinalizadas, tentamos através da nossa comunidade encontrar as melhores entidades que poderão dar essa resposta”, clarificou. Por isso diz ser urgente “participar, divulgar, denunciar e sinalizar situações de maus tratos nas crianças”.
Nas iniciativas da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens, que assinalam o mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância, Moura inicia o calendário no dia 02 de abril no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, com a participação do Grupo Coral Infantil da Escola da Porta Nova, ensaiado por José Mira. A actividade pretende assinalar os 10 anos de Cante Alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade. São cerca de 100 crianças do distrito de Beja que vão homenagear a data e o mês em questão com a interpretação do hino da comissão, “Cuida Bem de Mim”, um tema convertido em cante pelo músico Paulo Ribeiro.
Além desta acção, a CPCJ de Moura tem programado mais e variadas actividades direccionadas às crianças do concelho. Para essa concretização, contou com a colaboração da Ludoteca de Moura na construção de umas ventarolas em tons de azul, que serão colocadas no edifício do Castelo da cidade com a intenção de espalhar palavras alusivas ao tema. Será ainda realizado o “calendário dos afectos” junto das escolas, uma iniciativa para fazer em família e, perto do final de abril, o Mega Laço Humano, completa a data. À semelhança do ano passado, a iluminação em tons de azul do prédio da Câmara Municipal de Moura, simboliza o mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância.