Nas prioridades do novo Governo para o sector agrícola, a CNA – Confederação Nacional da Agricultura reitera que é urgente começar pela “necessidade de melhorar os preços à produção e os rendimentos dos agricultores”, nos “muitos problemas que afectam os sector agro-florestal e o Mundo Rural”.
Salientam “o esmagamento dos preços na produção, com inaceitáveis desequilíbrios na distribuição do valor ao longo da cadeia agro-alimentar1”, um problema que para a CNA, arrasta-se há anos sem que sucessivos Governos tenham tido vontade política de resolver esta injustiça, “o que tem levado ao empobrecimento e ao encerramento de muitas explorações agrícolas”.
Para os consumidores os produtos estão cada vez mais caros, “enquanto as detentoras das principais cadeias de supermercados continuam a acumular lucros milionários ano após ano”.
A própria Comissão Europeia, num relatório de fevereiro da Direcção-Geral para a Economia e Assuntos Financeiros, alerta que as margens e os lucros das empresas do sector da distribuição, têm um peso considerável na inflação registada nos bens alimentares nos últimos anos.
Para a CNA é urgente que o novo Governo intervenha para garantir o escoamento a preços justos para a produção nacional, com a aplicação de uma Lei que proíba pagar aos agricultores abaixo dos seus custos de produção e com a regulação e fiscalização da actividade da grande distribuição.
A Confederação Nacional de Agricultura ressalva ainda a reversão do corte nas ajudas da PAC aos compartes dos baldios, “como forma de garantir que aqueles que ainda resistem nas suas aldeias aí possam continuar a viver e a trabalhar na agro-pecuária, actividade essencial para a coesão territorial e para a vitalidade das zonas rurais mais empobrecidas do país”.