No ano em que se comemoram os 10 anos do reconhecimento do Cante Alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, a Associação Alentejo, Terras e Gentes, a CIMBAL e a Universidade de Évora, através do CIDEHUS (Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades), Unidade De I&D que integra a Cátedra Unesco em Património Imaterial e Saber Fazer Tradicional, unem esforços, enquanto entidades promotoras, para salvaguardar e valorizar um vasto património documental, histórico e artístico, disperso em vários acervos e espólios da região Alentejo.
O projecto de criação desta plataforma digital do Cante Alentejano, pretende através da digitalização dos acervos existentes, construir um Arquivo digital acessível a todos desta expressão patrimonial ao longo do tempo, baseando-se na recolha de dados junto dos seus principais actores, os grupos de Cante Alentejano. Pretende-se ainda potenciar outras abordagens ao Cante, baseadas em novas fontes resultantes do trabalho de pesquisa a realizar.
A plataforma digital estará disponível ao público, já com os primeiros dados inseridos, na edição da OVIBEJA/2024, prevista para finais de abril, e toda a informação e documentação, ficarão disponíveis de forma progressiva e ao ritmo da implementação da iniciativa no repositório digital da Universidade de Évora, com possibilidade de integração em outras bases de dados de Portugal e Europa.
O desenvolvimento do projecto envolve vários investigadores ligados a áreas científicas diversas, nomeadamente da História, Museologia, Turismo, Património Cultural, Arquivos. A implementação e coordenação da iniciativa está a cargo do Dr. Florêncio Cacête, Colaborador do CIDHEUS e desenvolve-se em estreita cooperação com o projecto “Sharing Memories” já em curso neste Centro, contando ainda com o acompanhamento do Serviço de Arquivos da Universidade.
A finalidade desta proposta é também a de desenvolver um estudo sobre os grupos de Cante, enquanto activo estratégico para o turismo e desenvolvimento económico da região e do país.
Para além das entidades promotoras, a iniciativa “de importância vital para a valorização dos grupos e do Cante, sua história e memória”, segundo informação enviada à Planície, conta já com diversos parceiros, nomeadamente: Museu do Cante (Serpa) ; Centro de Documentação do Cante Alentejano (Castro Verde); A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria; Associação de Folcloristas do Alto Alentejo; Federação do Folclore Português; CCDRA ( Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, IP).