Um grupo de cerca de 35 imigrantes sem-abrigo que vivia no antigo edifício da REFER, junto à estação ferroviária de Beja, foi realojado esta segunda-feira, dia 12, pela câmara municipal, em contentores. Uma situação que o presidente da autarquia, Paulo Arsénio, diz ser “temporária” e durará “pouco mais de um mês”, até que “as pessoas sejam distribuídas por outras valências onde possam ter condições dignas”, como afirmou à Lusa.
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Os 11 contentores com nove dormitórios, um balneário e duche e mais um de apoio, estão instalados no Estádio Dr. Flávio dos Santos que está desactivado e que servirá de apoio aos imigrantes maioritariamente de nacionalidade argelina e marroquina, com as autoridades a identificar mais duas pessoas do mesmo grupo.
Paulo Arsénio explicou ainda que do grupo, metade “tem actividade laboral diária” e encontraram esta solução como “um recurso” porque não conseguem que lhes seja arrendada uma casa.
O autarca adiantou que o realojamento faz parte de um acordo tido com a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) para desocupar o prédio, arrendado à entidade pela empresa Infraestruturas de Portugal.
Em declarações à Lusa, o presidente da CVP, António Saraiva, disse que quando a actual direcção tomou posse em julho de 2023, encontrou o edifício já vandalizado e ocupado por sem-abrigo. “O investimento que tínhamos feito está perdido, por causa do vandalismo, roubo de materiais, destruição de casas de banho”, adiantando que a CVP já não tem interesse, nem condições financeiras para o reabilitar. Como tal, depois do entaipamento do imóvel, a instituição vai desistir do arrendamento. “É um custo que temos sem qualquer efeito”, reforçou.
