O Sindicato dos Enfermeiros criticou recentemente os incentivos do Serviço de Urgência em Centros de Responsabilidade Integrados (CRI) e lamenta que mais uma vez, esses apoios deixem de fora os enfermeiros. O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa, teceu duras críticas à portaria do Governo que estabelece esses regimes e refere em nota de imprensa enviada à Planície, ser “estranho que profissionais de Saúde que estão em regime de dedicação exclusiva ao Serviço de Urgência (SU) não tenham direito a suplemento mensal e outros profissionais, que apenas prestam 18 horas semanais em SU, tenham direito, à cabeça, a um suplemento mensal de 500 euros”.
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A nova coordenadora da Delegação Regional do Alentejo do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, SEP, Carolina Ribeiro, defende que este “é um assunto muito sensível porque os objectivos são quantitativos e não qualitativos, ou seja, tanto da parte da qualidade dos cuidados, como da parte da remuneração, os enfermeiros que trabalham no CRI recebem, os outros não, o que cria outra vez uma discrepância”, entre a classe. Nesse sentido, o sindicato salvaguarda que “todos os enfermeiros sejam tratados de igual modo, que seja revisto e valorizado o seu trabalho com uma nova carreira e com uma revisão da tabela remuneratória”.
Carolina Ribeiro chama ainda a atenção para outro ponto, o da qualidade dos cuidados. “Todos os objectivos inserem-se em critérios de quantidade e não de qualidade e isso tem de ser percebido pela população. O facto de estar a atender um doente e a pensar que tenho X doentes para ver para atingir os objectivos e receber uma remuneração proporcional, cria uma baixa qualidade porque o SNS não pode ter comportamentos destes, associados a remunerações”. O que deve existir é “um Serviço Nacional de Saúde de qualidade para todos”, reafirmou a coordenadora da Delegação do Alentejo, Carolina Ribeiro.