Nas actividades planeadas durante o ano que passou, o presidente da Cáritas Diocesana de Beja, Isaurindo Oliveira, fez uma “análise positiva” das acções da instituição, com “um crescendo há vários anos, apesar das limitações financeiras”, mas sobre este ponto não preferiu não se alongar no assunto.
Reconheceu que “os desafios no Baixo Alentejo onde a Cáritas exerce a sua acção, são inúmeros”, mas destacou apenas alguns. Incindiu na temática dos migrantes na região, uma situação que leva às pessoas em situação de sem-abrigo, números que têm vindo a crescer.
Também focou o problema dos idosos, “principalmente aqueles que não estão institucionalizados” e que têm mais acção da Cáritas, além das outras valências a que a instituição se dedica, nomeadamente a comunidade terapêutica. Aqui, “dedicam atenção a pessoas a pessoas consumidoras de substâncias licitas como é o caso do álcool e substâncias ilícitas, como as drogas”. “Através destes programas de cerca de três anos, tenta-se recuperar e estabilizar estes consumos”, explicou o responsável.
Inserido também na comunidade de alojamento, está a comunidade de inserção. Neste caso, referenciou “pessoas em situação de violência doméstica e algumas com deficiência cognitiva”, com um trabalho que passa por “estabilizar, formar e depois reinserir no mercado de trabalho”.
Destacou ainda o trabalho de voluntariado que tem vindo a ser feito e o apoio aos idosos em situação de sem-abrigo
Na resposta social, enquadra-se um projecto de grande importância para a instituição em 2024, o Centro de Alojamento e Emergência Social (CAES) que se dedica a criar “uma situação de alojamento a pessoas que recorrem à Linha de Emergência Social – 114 e que são pessoas com uma vulnerabilidade elevada. Teoricamente, é um alojamento de curta duração, mas pode ir até aos três e seis meses, onde se dá um teto e comida”.
O CAES com capacidade para acolher 30 pessoas, resulta de uma parceria com a Segurança Social e irá funcionar no edifício da casa do Estudante, em Beja. Avaliado em cerca de 800 mil euros, conta com um apoio de 85% do PRR e mais 60 mil euros dos 13 Municípios que fazem parte da CIMBAL.
Entre tantos outros programas sociais da Cáritas Diocesana de Beja focado no apoio a quem mais precisa, Isaurindo Oliveira voltou a falar nos migrantes, “pessoas extremamente necessárias à vida económica da nossa região. Contudo, não são tratadas com a dignidade que merecem e a Cáritas tem vindo a fazer esse trabalho”.
Espera por isso para este ano, que os projectos que foram apresentados “relativamente aos migrantes e ao que vai ser apresentado em janeiro para pessoas em situação de sem-abrigo, possam ter continuidade e que consigamos requalificar e estruturar as equipas e manter esta actividade”, ressalvou o presidente da Cáritas Diocesana de Beja, Isaurindo Oliveira.
