Num ano de seca “terrível”, 2023 não deixa saudades para a FAABA – Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, representada por Rui Garrido. Nos temas deste ano, o empresário agrícola destacou além da falta de chuva no território, “o aumento dos factores de produção”, o que originou “grandes problemas ao sequeiro do Alentejo, muito particularmente nas explorações agropecuárias”.
Estamos sempre a “pedinchar” e não gostamos disso – Agricultores do Baixo Alentejo
Os preços a crescer desde a guerra da Rússia com a Ucrânia, “tiveram repercussões directas no valor das rações e dos alimentos para o gado. Foi um ano muito mau”, frisou.
Na retrospectiva, salientou a actuação do Ministério da Agricultura e Alimentação com grande falta de “insensibilidade”, sem “um ministro/a que trabalhe connosco, que ouça as nossas ideias e que veja os nossos problemas”, insurgindo-se ainda sobre os apoios aos cereais conhecidos recentemente. “A ajuda para os cereais de sequeiro é na ordem dos 32,5 euros por hectare, quando os agricultores tiveram mais de 300 euros de prejuízo por hectare. São ajudas insignificantes. Mais uma vez não podemos deixar de referir os nossos vizinhos espanhóis que tiveram ajudas muito superiores às nossas”.
Um dos acontecimentos marcantes para a região no que diz respeito ao sector agrícola, foi a manifestação em Beja, em março deste ano, que juntou mais de 800 tratores e perto de 2000 pessoas. “Foi um descontentamento generalizado ao actual Ministério da Agricultura e Alimentação e à ministra que culminou em Beja. Uma manifestação nunca antes vista desde o 25 de abril”, declarou Rui Garrido. Do acontecimento, fez questão de realçar “a união da classe e do movimento associativo agrícola”, naquele que foi, um momento-chave para a agricultura.
Como tal, o seu maior desejo para 2024, “é um novo ministério, com gente competente, gente que conheça os nossos problemas e que tenhamos um ano melhor do que este. Chega de secas. Que chova o suficiente para encher as barragens do nosso Baixo Alentejo e do Algarve que precisam tanto de água. Que seja um bom ano agrícola”, são os votos do presidente da FAABA – Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, representada por Rui Garrido.