Nesta altura do ano, não chegam as encomendas para a doçaria tradicional do concelho de Moura na pastelaria Mouraria, um espaço que este ano comemorou o 20º aniversário.
O bolo rei, a lampreia de ovos, a sericaia, o tronco de Natal e o famoso porquinho de chocolate, são algumas das variedades mais pedidas para serem apreciadas na noite da consoada no Alentejo, assim como a pastelaria sortida. O aumento da procura não diminuiu, pelo contrário, apesar do poder de compra dos consumidores estar a “encolher”.
Paróquias de Moura e Santo Amador – Um Natal acolhedor de misericórdia e amor
O proprietário do estabelecimento comercial em Moura, José Cândido, adiantou à Planície que essa quebra foi notória “nos meses anteriores ao Natal”, mas nesta altura os pedidos “são mais ou menos normais” e com “novos clientes”. “As pessoas podem levar menos (produtos), mas a totalidade dos clientes acaba por superar as vendas que todos os anos aumentam”. E não fala só de revenda, mas de público de “fora que começa a conhecer a nossa doçaria”, fruto da publicidade e das redes sociais, onde os “olhos também comem” com as especialidades apresentadas. E, há quem venha de propósito a Moura para provar os doces da Mouraria.
A equipa de 20 pessoas trabalha intensamente para ter tudo preparado a tempo e a horas. Nesta altura há sempre a necessidade de integrar mais elementos, “entre três a quatro” para dar resposta ao fluxo de trabalho.
Só para ter ideia, a equipa começa a preparar o Natal em agosto, “com um histórico do que foi feito em anos anteriores, o que vai ser preparado, o que correu mal e pode ser melhorado e se é necessário encomendar algum equipamento”, explicou José Cândido, centrando a aposta no desenvolvimento do sector.
A antecipação é feita por uma questão de organização, mas também de custos. “No verão os preços são mais baixos”, uma preocupação do gestor que prevê um 2024 “difícil com os elevados preços das matérias primas e nós não conseguimos acompanhar essa evolução”, afirmou o empresário. Um dilema que afecta esta pequena empresa que se vê a braços com o facto de não poder aumentar demasiado o preço dos produtos, porque sabe que o poder de compra do consumidor é reduzido.
Trabalho não falta à pastelaria Mouraria, nem agora, nem no próximo ano, uma garantia de perspectiva positiva para o negócio.