Espanha quer a água de Alqueva para Huelva

Aquele que é já considerado o outono mais quente de sempre, tem levado ao desespero os produtores de fruta da região de Huelva, Espanha, sem perspectivas de chuva nos próximos meses. O cenário é negro e a água disponível no regadio, pouco ou nada dá para as culturas, como dá conta o jornal Público que desenvolveu um artigo sobre o tema.
A preocupação vem das associações de produtores e exportadores e de líderes políticos regionais, que pediram ao Governo Espanhol para que solicite a Portugal “a transferência temporária de água da Barragem de Alqueva”.

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Contudo, até ao momento e de acordo com a publicação, o Ministério do Ambiente e da Acção Climática tutelado por Duarte Cordeiro, disse “não ter recebido qualquer pedido” ou contacto das autoridades espanholas para autorizar o envio de água para Huelva, apesar de existir um acordo entre os dois países para a “definição do regime de caudais na secção de Pomarão no rio Guadiana”.

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Os produtores de fruta temem que sem água, 50% da campanha anterior fique prejudicada e a única solução que encontram é a água de Alqueva para culturas de frutos vermelhos (morangos, framboesa, mirtilos e amoras), citrinos, melões e frutos tropicais.
O assunto é demasiado sério com as barragens espanholas a apresentar níveis de água muito problemáticos, abaixo dos 36% da sua capacidade, com o Sul de Espanha a ver reduzido “muitas albufeiras à condição de charco”, refere o Público. Contrariamente em Alqueva, o volume de água armazenado é de 68%.

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O artigo invoca que aquando da construção da barragem no Baixo Alentejo, ficou aberta a premissa de Espanha também poder utilizar “ocasionalmente” a água de Alqueva. De acordo com os especialistas, a captação pode ser feita a partir daquilo que Espanha designa de Boca Chança (Barragem do Chança), “instalado na confluência com o rio Guadiana”, escreve o jornal.
A publicação destaca ainda que além dos fenómenos naturais que contribuem para a falta de água, no Sul de Espanha a escassez está directamente ligada à “superexploração através do regadio”, com a irrigação diária de 3,8 milhões de hectares e que segundo a Greenpeace, essa actividade “está a esgotar a água e a aproximar-nos da beira do precipício”.
Espanha está “desesperada” com a seca e quer recorrer à água de Alqueva para as suas culturas.

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