A proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), apresentada por Fernando Medina, mereceu os comentários dos deputados eleitos pelo Baixo Alentejo, Pedro do Carmo do PS e João Dias do PCP.
Duas visões opostas que a Planície dá a conhecer. Se por um lado, o Partido Socialista considera que este é um documento que garante estabilidade e melhora a qualidade de vida dos Baixo Alentejanos, por outro, o Partido Comunista Português é da opinião que não responde às necessidades das populações da região.

Pedro do Carmo quis deixar claro à Planície que este é um orçamento que “garante estabilidade no meio de toda esta instabilidade e é importante que seja preservada. Temos uma guerra na Ucrânia que já dura há mais de um ano e que afectou muito a nossa economia e curiosamente e infelizmente, no mesmo período em que é apresentado o Orçamento do Estado 2024, rebenta o conflito entre Israel e o Hamas. É muito preocupante. Vamos ter sinais de muito nervosismo nos mercados com o aumento dos combustíveis”.
Por estas razões defendeu que é positivo “ter um Governo que apresente um OE2024 ambicioso, com uma baixa taxa de desemprego, um crescimento acima do da União Europeia, um aumento das pensões e dos funcionários públicos”.
Para a região do Baixo Alentejo, admitiu que “estão lançadas todas as possibilidades para que se cumpra o aumento do investimento público nas obras que temos pendentes na região, nomeadamente no cumprimento dos regadios. Este orçamento não deixa nada disso para trás”, garantiu o socialista.
Da sua parte, prometeu “não baixar os braços” para que se cumpram as promessas, que irão permitir “um aumento da qualidade de vida dos Baixo Alentejanos referenciadas neste orçamento”.

O deputado do Partido Comunista Português, João Dias, eleito pelo Baixo Alentejo, comentou à Planície a proposta de Orçamento do Estado para 2024. Do ponto de vista do PCP, o documento “não corresponde à necessidade de reforçar os salários e as pensões. Perante as dificuldades que a população está confrontada no Alentejo, uma das mais empobrecidas e onde as pensões e os salários são dos mais baixos do país, a região sofre ainda mais com um Orçamento do Estado que deveria corresponder em primeiro lugar ao aumento do custo de vida”. Nesse sentido, o PCP aprecia “como negativa a proposta que agora entra na Assembleia da República”.
No que diz respeito aos investimentos necessários para a região, o deputado diz que continuam a ser “adiados aqueles que são estruturantes e pelo que consegui avaliar, apesar de estarmos numa fase preliminar, há apenas previsto 13 milhões de euros para as acessibilidades, muito pouco investimento para aquilo que tem a ver com o IP8”.
Em outras áreas importantes para o Baixo Alentejo como a saúde, a electrificação da ferrovia e “outros investimentos que consideramos relevantes, não são considerados. Este OE2024 para a nossa região continua a ser “madrasto” e não responde ao que era necessário para o desenvolvimento económico e social”.
Posições e interpretações diferentes dos deputados eleitos por Beja, sobre o Orçamento do Estado 2024.