O fundador do Rancho de Cantadores de Paris, Carlos Balbino, está a desenvolver um interessante estudo sobre as Tascas Tradicionais de Pias, em colaboração com o grupo Coral e Etnográfico Os Camponeses de Pias, uma iniciativa da Câmara Municipal de Serpa e da empresa Ainda Arquitectura, que está a trabalhar no projecto de reabilitação da Taberna dos Camponeses de Pias.
O convite ao “mestre” de Cante Espontâneo, com o grau académico realizado em Cuba, foi “aceite com muito gosto”. Carlos Balbino explicou no programa da Rádio Planície Serpa Terra Forte, que o trabalho de recolha feito em colaboração com o fotógrafo Rui Cambraia, terá várias componentes. “No espaço (Taberna de Pias), haverá um lugar dedicado à história da taberna, ao grupo, a textos e conteúdos sobre a relação do Cante com o vinho e as tabernas. Já conhecia os Camponeses de Pias, com quem tenho colaborado e tenho uma excelente relação”.
O processo de desenvolvimento é feito em parceria com Rui Cambraia que tira as fotografias “e eu vou criando situações de encontro com as pessoas que me vão aconselhando e vou documentando com uma câmara e com apontamentos”, destacou o pesquisador.
Aquilo que se sabe para já, é que tanto a Taberna de Pias, como o Grupo Coral, nascido em 1968, “não são actos isolados”, ou seja, “a taberna vem da Casa do Povo de Pias e originou outros grupos de Cante. As pessoas que encontramos têm sempre histórias para contar e percebemos que há uma relação de rede de sociabilidade e de histórias”. Como tal, decidiu alargar o projecto, que também terá o contributo de Pedro Abrunhosa, que actua regularmente com os Camponeses.
Esta investigação passa por todas as tabernas de referência de Pias “para recolher dados históricos e documentação”, afirmou Carlos Balbino e no final, “a ideia é fazer uma espécie de mapa de todas estas relações, com alguns vídeos mais curtos. Vamos poder retratar estes encontros e estas experiências etnográficas que temos tido”, desvendou o “historiador” sobre o projecto de reabilitar as tabernas da vila de Pias.
