Bloco de Rega de Moura – “Menos 600 hectares devido aos morcegos”

O sentimento é de grande “desapontamento” da parte dos agricultores de Moura, depois da reunião com o Conselho de Administração da EDIA esta terça-feira, dia 26 de setembro, em que ficou decidido que o Bloco de Rega de Moura vai avançar apenas com 1200 hectares de regadio, em vez dos 1800 inicialmente previstos.
“Vão retirar uma área de 600 hectares”, avançou à Planície o representante dos agricultores de Moura, José Duarte.

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A justificação que foi dada ao empresário agrícola está relacionada com questões ambientais, nomeadamente com o “raio de acção do abrigo dos morcegos”. “Foi-nos dito que está a decorrer um estudo a dois anos para monitorizar a colónia de morcegos e em função disso, irão ou não avançar com a inclusão desta área”.
Na reunião ficou ainda decidido, apesar de já ser do conhecimento público, que a verba usada para a construção da infraestrutura virá do PDR 2020 – Plano de Desenvolvimento Rural -, montante que “não foi utilizado em projectos e que seria para devolver a Bruxelas”, adiantou José Duarte.

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O presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos não baixa os braços, apesar de já não acreditar em promessas. “Não foi isto que a ministra (Agricultura e Alimentação), assumiu publicamente em relação à construção do bloco e achamos que (esta decisão), é um presente envenenado. Dos 10.000 hectares que estavam previstos, apenas vão infraestruturar 12%, 1200 hectares”.
Contudo, na notícia avançada pela Planície no final de agosto, quando foi lançado o Projecto de Execução do Bloco de Rega de Moura, no procedimento concursal vinha descrito que a rede de rega seria então de 1200 hectares.

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A preocupação com o avanço da área de Póvoa/Amareleja, também é grande. “Foi-nos transmitido que da parte do financiamento do Banco Europeu de Investimento, ainda não foi utilizada nenhuma verba para essas obras de alargamento da 2ª fase do EFMA”.
A pressão da parte de quem cultiva e necessita urgentemente de água vai continuar, e nos próximos dias serão tomadas deliberações a esse respeito. “Ainda é muito fresco. Há que falar com os agricultores e em função do que for decidido entre todos, tomaremos essas medidas. Vamos continuar com as nossas diligências junto dos partidos políticos, do Ministério da Agricultura e do Parlamento, no sentido de se avançar com a construção da totalidade da obra, os 10.000 hectares”, afirmou convicto José Duarte.

O Bloco de Rega de Moura volta a estar no centro das atenções pelas piores razões: menos 600 hectares.

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