Sector da apicultura em crise – Produtores de Moura reivindicam subsídio do Estado

A falta de chuva em particular este ano na região do Baixo Alentejo, originou uma quebra de cerca de 90% na produção de mel no concelho de Moura.

O presidente da APIVALE – Associação dos Apicultores do Vale do Guadiana, com sede na cidade, reivindica com urgência “um subsídio do Estado”, já que Portugal, “é o único país da Europa que não tem esse apoio”. António Rato adiantou à Planície que este ano “não houve primavera, nem chuva e a quebra foi na ordem dos 80% a 90%”, mas a actividade não pode parar e por isso “continuamos a alimentar as abelhas sem qualquer apoio para as despesas”.

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Daniel Rodrigues, membro da direcção da associação, considerou que a apicultura “não é uma área valorizada no nosso país. Julgo que grande parte das pessoas não tem noção nem da dimensão, nem da importância do sector, ou seja, tudo o que as abelhas podem fazer em prol de outros sectores de actividade. Um exemplo disso é a polinização (transferência de pólen de flor para flor), sendo as abelhas responsáveis por exemplo pela polinização do amendoal. Sem este sector muitas das produções não seriam o que são hoje”, sublinhou.      

Mesmo sem água, António Rato garantiu à Planície que o mel “tem boa qualidade, só está um bocadinho mais escuro porque não houve floração, mas o mel do Alentejo é sempre bom”. O produtor com 15 anos de profissão, não baixa os braços apesar das dificuldades. “A vontade continua e continuamos a lutar. Este é um negócio como outro qualquer e há projectos em que os jovens se podem candidatar”, informou.

A promoção e divulgação de um dos melhores produtos do Alentejo, voltou a ter destaque na edição da Feira de Setembro, com o XXIX Concurso de Méis da região de Moura, sobretudo mel de rosmaninho e floral, onde participaram 28 produtores, a maioria do concelho de Moura.

A forte adesão de participantes este ano representou o interesse dos apicultores na área, facto que poderá pesar na decisão de alargar o concurso a outras regiões na edição do ano que vem.

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