A estratégia traçada pelo Município de Moura no que diz respeito ao turismo, mereceu elogios da parte do presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERT), José Manuel Santos, aquando da sua visita na Feira de Setembro.
Na altura, reforçou o facto de a Câmara de Moura ter designado o turismo “como eixo de intervenção do desenvolvimento económico e social, sendo que os Municípios legitimamente definem quais são as áreas de desenvolvimento em que o seu território pode ser mais promissor. Isso é muito bom, porque o turismo é uma actividade de todo o Alentejo e Moura tem muitos recursos e potencialidades que está a saber aproveitar, transformando o recurso num produto”.
O responsável da área na região, deu como exemplo o trabalho que está a ser feito na “Estação Náutica de Moura, que tem serviços efectivos a funcionar, com um centro de remo, um cais na Estrela e que vai ter duas áreas de serviço para autocaravanistas e uma plataforma de lazer, uma obra da EDIA”. Acima de tudo frisou que “está a ser criado um produto, mas já há recursos estruturantes para este concelho”.
“nichos de mercado importantes, que às vezes não são visíveis porque não enchem autocarros, mas criam valor…”
Sem esquecer uma vertente do turismo muito importante, o cinegético, que integra o Roteiro de Alqueva e diz respeito à actividade desenvolvida por um caçador ou pescador desportivo e que procura destinos com este tipo de actividades, José Manuel Santos assegurou que existe “procura e tem mercado nacional e internacional” na região.
Também o orniturismo, com a importância das zonas classificadas da Rede Natura, captam actualmente, “nichos de mercado importantes, que às vezes não são visíveis porque não enchem autocarros, mas criam valor, contribuem para as dormidas, para a restauração e deixam valor turístico no território. Moura é, nesta corda para o Alqueva, estruturante para criar este Alentejo mais azul e tem um papel muito relevante e vai continuar a ter no futuro, não tenho dúvidas disso”, defendeu a ERT.
Apesar de ainda não existirem dados desagregados dos dois últimos anos referentes ao concelho de Moura, hoje já é possível dizer que a cidade “tem uma dinâmica que pode ser reforçada com dois importantes empreendimentos turísticos, duas unidades hoteleiras, uma maior e outra mais pequena para entrar em operação comercial”, disse o responsável do turismo, referindo-se aos investimentos do grupo do Convento do Espinheiro.
“tem uma dinâmica que pode ser reforçada com dois importantes empreendimentos turístico”
José Manuel Santos garantiu que a estratégia de afirmação de Moura “como um destino turístico, atraiu os investidores privados e também a possibilidade de agora na Herdade da Contenda, podermos ter uma infraestrutura ao abrigo do Programa Revive Natureza”. “Diria que quando tivermos essas unidades hoteleiras e esses empreendimentos turísticos a funcionar, nós cumprimos uma 2º fase deste desenvolvimento turístico do concelho de Moura. A 1º fase é criar produto, estruturar oferta e comunicar e a 2º fase é atrair os investimentos privados e os investidores a fazerem os seus negócios”.
Turismo do Alentejo tem novo presidente. Região com “subida impressionante”
Este tem sido um caminho com algumas “pedras” para o concelho de Moura, que não tem passado despercebido à ERT. “Não é fácil. Temos o exemplo do Convento do Carmo e eu admiro muito a resiliência do promotor privado, por isso, temos de o ajudar, temos de o encorajar. Moura não pode perder este investimento, nós estamos muito empenhados junto do Turismo de Portugal em ajudar a Câmara Municipal de Moura. E quando tivermos esses hotéis em funcionamento, há turistas em Portugal e em Espanha que virão de propósito para pernoitar nesses hotéis, daí a importância estratégica para que esses investimentos hoteleiros se concretizem”.
“Costumo dizer que o Alentejo tem de ter produto turístico para os Maserati, para os Audi, mas também para os Renault Clio e Fiat.”
O público-alvo do primeiro hotel de cinco estrelas de Moura será mais direccionado, mas a aposta do concelho vai no sentido de ter propostas para todas as carteiras. “Costumo dizer que o Alentejo tem de ter produto turístico para os Maserati, para os Audi, mas também para os Renault Clio e Fiat. Claramente que o target no Alentejo é de um segmento médio alto. Não é por acaso que a região está a crescer no indicador muito importante que é a receita por quarto disponível, em que já ultrapassámos a região do centro. Nós estamos a qualificar a nossa procura e há cada vez mais segmentos de procura nacional e internacional que vêm ao Alentejo”.
“Nós estamos a qualificar a nossa procura e há cada vez mais segmentos de procura nacional e internacional que vêm ao Alentejo.”
“A partir do momento em que Moura dispor deste estabelecimento hoteleiro de ponta, atrairemos turistas que em outras circunstâncias não viriam ao Alentejo. Isso é bom. Essas pessoas vêm cá e utilizam os serviços turísticos, compram o artesanato, usam os serviços de comércio e comem nos restaurantes. Acredito que a curto prazo conseguiremos chegar a esse nível de desenvolvimento turístico”.
O presidente da ERT, José Manuel Santos, deu em entrevista à Planície, algumas previsões do que poder vir a ser futuramente o turismo no concelho de Moura.