O ensino profissional na região – Uma vertente de formação prática e direccionada

A importância das Escolas Profissionais do Baixo Alentejo na educação, como alternativa ao chamado ensino regular, onde se preparam os jovens para uma entrada qualificada no mercado de trabalho e que também permite a continuidade dos estudos superiores. Perto do início do ano lectivo, a Planície foi saber o que oferecem em termos de currículo a Escola Profissional de Moura (EPM), a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa (EPDRS), a Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, em Beja e a Escola Profissional de Alvito: Epalvito.

Escola Profissional de Moura (EPM)

Começamos por Moura, com a EPM frequentada por 80 alunos e uma oferta formativa direccionada para os cursos de Cozinha/Pastelaria, Técnico de Instalações Eléctricas e Técnico de Restaurante/Bar, actualmente os de maior procura.
Desmistificar o Ensino Profissional (EP), é também um dos propósitos deste artigo, mas não é o único. As Escolas Profissionais não são apenas frequentadas por alunos com notas baixas. Contudo, apesar do trabalho que é feito para esta desinformação, a Directora Pedagógica da EPM, Clara Punilhas assume “que infelizmente ainda continua a ser um estigma. No geral, o ensino profissional, é visto como uma oferta não prioritária e de qualidade inferior muitas vezes alimentado pelos próprios agentes educativos nas escolas básicas e secundárias”.
A experiência demonstrou que a maioria dos alunos, “prefere ser inserido no mercado de trabalho. No entanto, há jovens que optam por mais duas escolhas profissionalizantes no pós-secundário: Cursos de Especialização Tecnológica (CET) ou Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTESP)”.
Fora estas duas alternativas, “também podem candidatar-se ao ensino superior através do concurso nacional normal ou para as vagas especiais existentes para os alunos do Ensino Profissional em algumas instituições de ensino superior”, ressalvou Clara Punilhas.

Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa (EPDRS)

Igualmente defensora deste tipo de ensino, a Directora da Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa (EPDRS), Paula Bento, começa por dizer à Planície que a instituição pretende ser “dinamizadora do Desenvolvimento Rural da região e que oferece condições únicas, quer de recursos físicos, quer humanos em áreas como a Agricultura, as Agroindústrias e a Equinocultura”. O desenvolvimento nesta última área é acompanhado com a existência do Centro Hípico Federado, “facto que dá à escola uma dimensão regional e até nacional”.
Com 203 alunos distribuídos pelos cursos de Técnico de Produção Agropecuária (169), o de maior procura, e Técnico de Gestão Equina (34), os estudantes são oriundos de todo o distrito e de distritos limítrofes.

Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, em Beja

O trajecto pelo Ensino Profissional continua e leva-nos agora à Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, em Beja, com a opinião de quem conhece esta realidade diariamente, a Directora Maria Cordeiro. O estabelecimento de ensino conta com mais quatro delegações situadas em Lisboa, Barreiro, Seixal e Porto, com um total de 1149 estudantes matriculados. Especificamente na escola da capital do Baixo Alentejo, são 123 os alunos que a frequentam.
O ano passado frequentaram a delegação de Beja 123 alunos, “embora a escola tenha matriculados nas cinco delegações um total de 1149 alunos”, sublinhou.
Os cursos de Acção Educativa e Apoio Psicossocial em funcionamento em Beja, têm tido bastante procura. Acima de tudo, a preocupação da escola é formar “cidadãos conscientes, informados, preocupados com os outros, activos, responsáveis e, ao mesmo tempo, profissionais competentes capazes de integrar o mercado de trabalho e/ou prosseguir os estudos”, segundo nota da Directora.

Escola Profissional de Alvito

A vila histórica de Alvito ganha a cada início de ano lectivo, uma nova vida com os estudantes que frequentam a Escola Profissional de Alvito: Epalvito. O período de 2023/24 começa com boas notícias: estão matriculados 153 alunos distribuídos pelas diferentes ofertas formativas, mas o curso de Técnico de Informática de Gestão é o que tem maior procura, de acordo com o Director da instituição de ensino, António Coelho. No entanto, os cursos com maior empregabilidade são os da área de Hotelaria e Restauração, formações que tentam preencher uma lacuna cada vez mais premente com a falta de recursos humanos nestas áreas. Depois de três anos de formação, 10º, 11º e 12º, os alunos obtém uma dupla certificação que engloba a certificação escolar e profissional. “Além das competências profissionais adquiridas, obtém também uma equivalência ao 12º ano o que lhes permite caso o entendam, prosseguir com os estudos a nível superior”, explicação feita pelo Director. No seu entender, existem outras vantagens para os estudantes se a opção for o ensino profissional. Existe “maior e melhor facilidade no acesso ao ensino superior e no entendimento das matérias, o que cria permanentemente uma motivação extra para as aprendizagens”. Por outro lado, o sistema de “avaliação por módulos” também é uma vantagem.

São estes os pontos de vista sobre o Ensino Profissional apresentados este mês na Reportagem Especial do jornal A Planície.

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