Anualmente, a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Moura, organiza um encontro local que trás a discussão os problemas actuais das crianças e jovens.
O auditório da Comoiprel em Moura, recebe hoje, 06, o IX Encontro de Educação subordinado ao tema “Saúde Mental e Comportamentos Antissociais – Da Prevenção à Acção”.
A sessão de abertura decorrerá pelas 9h30, com intervenções de Sónia Barradas (presidente da CPCJ de Moura), Lurdes Balola (vereadora da Câmara Municipal de Moura) e Maria Manuel Coelho (coordenadora da ETR Alentejo / representante da CNPDPCJ).
Ao longo do dia serão três os painéis que compõem o Encontro de Educação com temas fundamentais como “A importância de Brincar na Saúde Mental da Criança”, “Saúde Mental na Infância e Adolescência – Sinais de Alarme e Pedido de Ajuda” e “Delinquência Juvenil e Comportamentos Antissociais em Contexto Escolar. Que intervenção?”.
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A responsável da comissão de Moura, Sónia Barradas, disse à Planície ser urgente falar sobre estas temáticas, sobretudo pelo “crescente número de situações de perigo comunicadas à CPCJ, quer pelas forças de segurança, quer pelos estabelecimentos de ensino”.
Estas problemáticas envolvem não só a questão da saúde mental das crianças e dos jovens, mas também os “comportamentos antissociais e de indisciplina que ocorrem no espaço escolar e fora dele”. E, são justamente estes comportamentos que “estão no topo das sinalizações que chegam à CPCJ de Moura”, adiantou. “Deixou de ser o absentismo escolar para passar a ser este tipo de comportamentos”, sublinhou a presidente.
As queixas são sobretudo ao nível da violência. Especificamente em contexto familiar, “as crianças e os jovens presenciam violência doméstica”, por um lado e por outro, “a violência dos jovens em contexto social”, problemas que preocupam a comissão.
Os dados são reveladores desta dura realidade. “Em 2022 o número de processos na CPCJ foram 50”, mas no princípio deste ano o cenário mudou para pior. “80 sinalizações de comportamentos antissociais”.
É urgente traçar estratégias entre os profissionais de educação, de saúde e psicólogos, e é por esta razão que o encontro deste ano se foca nestas temáticas. É preciso estar atento “aos sinais de alarme dados pelas crianças e pelos técnicos que trabalham com elas e nos constantes pedidos de ajuda. Muitas vezes essas respostas não estão na escola, então é necessário recorrer à ajuda de profissionais”, sublinhou Sónia Barradas.
O programa de hoje contempla ainda momentos de debate, teatro pelos alunos do Grupo de Teatro do Agrupamento de Escolas de Moura, música e dança flamenca pelo Grupo Flamenco Y Ole de Safara e pelo Grupo Alma Flamenca de Sobral da Adiça.
O IX Encontro da Educação tem como objectivo a partilha de saberes e práticas que visam prevenir ou combater as causa que potenciam os riscos. A iniciativa é gratuita e aberta a toda a comunidade.