O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), através da Direcção Regional da Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo (DRCNF-Alentejo), em parceria com a Liga para a Proteção da Natureza (LPN), libertou dezassete exemplares de Tartaranhão-caçador (Circus pygargus), nascidos em cativeiro, numa acção de extrema importância, que se espera vir a contribuir para a manutenção da espécie no Alentejo.
O tartaranhão-caçador é uma espécie migradora, que existe enquanto reprodutor na Eurásia e Norte de África, desde a Península Ibérica e Marrocos, até cerca do paralelo 60, no sul da Sibéria e Ásia Norte-central. Inverna na África subsariana, principalmente no Sudão, Etiópia e Leste de África e também no subcontinente Indiano.
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Em Portugal, a espécie surge como nidificante em especial na metade Este do país, nomeadamente nas planícies do Alentejo e nos planaltos serranos do centro-leste e norte.
A alteração das culturas e das práticas agrícolas e pecuárias, que se registaram na última década, terão contribuído para o declínio acentuado da espécie, decorrente da afectação directa do habitat e do aumento de impactes negativos sobre os locais de nidificação e consequentemente sobre o sucesso reprodutor.
Face ao acentuado decréscimo do número de casais, à semelhança do ano passado, realizou-se o Programa de resgate e salvamento de ovos e crias especificamente direcionado para esta espécie.
A concretização deste Programa só foi possível com a colaboração e boa vontade dos agricultores que ajudaram na identificação de ninhos e alteraram as suas práticas agrícolas para implementar as medidas de protecção da espécie.
No Alentejo, fica a expectativa de os poder voltar a ver, dentro de três anos, nas planícies onde foram gerados, garantido a presença da espécie no território de origem.